“Quando morre alguém dói muito, quando morre alguém da minha terra ainda me dói muito mais”, disse António Anselmo, em conferência de imprensa.
António Anselmo, que falava aos jornalistas no quartel dos Bombeiros Voluntários de Borba, referiu que está de “consciência tranquila”, sublinhando ainda que o município respondeu “de imediato” ao acidente e, em menos de meia hora, a câmara tinha cinco geradores no interior da pedreira, visto que “ às cinco e pouco não se vê, é de noite”.
“Os trabalhos são muito difíceis, só quem não conhece as pedreiras é que não sabe o que está ali, uma pedra pequena pode matar alguém”, alertou.
António Anselmo frisou que “não quer que haja perigo para ninguém, bem basta aqueles que já morreram” na sequência do acidente, acrescentando que, “acima de tudo”, o importante é “tentar” que aqueles que estão vivos fiquem com “a máxima segurança”.
O autarca garantiu que a Câmara Municipal de Borba, em termos de Proteção Civil, “vai fazer os impossíveis para se fazer o melhor trabalho possível” no decorrer das operações de resgate.
Questionado sobre a segurança na antiga Estrada Nacional (EN) 255, agora da responsabilidade dos municípios de Borba e de Vila Viçosa, António Anselmo referiu que as conversações que manteve com a Direção Regional de Economia do Alentejo, entidade que tutela as pedreiras, é que “as coisas estavam encaminhadas no sentido de ser segura (estrada)”.
“O que temos em termos legais e de conhecimento é que a situação estava perfeitamente segura”, disse, acrescentando: “Se a autarquia tiver alguma responsabilidade quem a tem sou eu”.
O deslizamento de terras para uma pedreira, ocorrido hoje à tarde na zona de Borba, provocou, pelo menos, dois mortos, divulgou o comandante distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Évora, José Ribeiro.
Trata-se, segundo o CODIS, de dois operários da empresa que explora a pedreira.
Segundo disse à Lusa fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), o aluimento de um troço da antiga EN 255, no percurso entre Borba e Vila Viçosa, cujo alerta foi dado às 15:45, provocou a queda de "dois veículos civis" para dentro de "uma pedreira com 50 metros de profundidade" e o "deslocamento de uma retroescavadora com o maquinista e auxiliar"
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