Um acordo “está ainda numa fase muito prematura”, disse Kevin Ho aos jornalistas em Macau, à margem de um evento público.

“Estivemos muito perto de assinar um memorando de entendimento, mas ainda estamos longe de um acordo”, explicou o empresário.

Na sexta-feira, o empresário Diogo Freitas, da Officetotal Food Brands, disse à Lusa que o acordo para a compra de alguns jornais e revistas do GMG e da rádio TSF "está fechado", mas que faltava ainda ser assinado.

Diogo Freitas lidera um grupo de investidores e empresários de Portugal que tinha manifestado interesse em 12 de janeiro em comprar o Jornal de Notícias (JN), O Jogo, JN História, Notícias Magazine, Evasões e Volta do Mundo, assim como a maioria do capital da Sociedade Notícias Direct, bem como a TSF.

Kevin Ho não confirmou esta informação, sublinhando que “há muitas diferentes opções” em cima da mesa, que serão discutidas “ao longo das próximas semanas”.

O empresário garantiu, no entanto, que os atuais acionistas pretendem “continuar fortemente envolvidos nas marcas” do GMG.

Por outro lado, Ho não garantiu que os salários em atraso seriam pagos até quarta-feira, 07 de fevereiro.

“Esperamos até amanhã”, disse o empresário.

Na sexta-feira, Ho e os outros acionistas do GMG, Marco Galinha, Mendes Ferreira e José Pedro Soeiro tinham dito que estava “previsto o pagamento dos salários até ao dia 07 de fevereiro, estando a ser avaliados mecanismos para a regularização do subsídio de Natal".

Na sexta-feira, a assembleia de trabalhadores da TSF discutiu a "possibilidade da suspensão dos contratos de trabalho" caso o pagamento dos salários não for efetuado nos prazos previstos.

Face à promessa dos acionistas, os trabalhadores do Diário de Notícias suspenderam, até 07 de fevereiro, uma greve que estava marcada para a passada sexta-feira, 02 de fevereiro.

Por outro lado, Kevin Ho negou hoje que o GMG tenha uma dívida no valor de 2,1 milhões de euros em Macau.

“Temos simplesmente, como qualquer empresa, fornecedores a quem é preciso, empréstimos de acionistas”, disse.

Em 10 de janeiro, o presidente da Comissão Executiva do GMG, José Paulo Fafe, disse na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que o grupo tinha dívidas no valor de 2,1 milhões de euros em Macau e de 700 mil euros em Malta, “em empresas de jogo 'online' que nunca funcionaram, ou melhor, de licenças de jogo 'online'".

Em 31 de janeiro, Fafe apresentou a demissão por considerar "estarem esgotadas" as condições para exercer as funções.

Está marcada para 19 de fevereiro uma assembleia-geral extraordinária de acionistas do GMG, a pedido da KNJ, empresa de Kevin Ho, e de José Pedro Soeiro, com cinco pontos na ordem de trabalhos, entre eles a destituição do atual Conselho de Administração e um aumento de capital de cinco milhões de euros.

O empresário Marco Galinha detém uma participação efetiva de 50,25% no GMG, através da Páginas Civilizadas (41,51%) e da Grandes Notícias (8,74%), enquanto a KNJ detém 29,35% e José Pedro Soeiro 20,4%.