“Espero que não haja êxodo regional de palestinianos”, disse o Alto-Comissário, na sede da organização que dirige, em Genebra.

“Nunca devemos esquecer que dois terços da população de Gaza já são refugiados da primeira guerra israelo-árabe” de 1948-1949, acrescentou Grandi, referindo-se ao exílio dos palestinianos em 1948, quando cerca de 760.000 palestinianos fugiram ou foram expulsos das suas casas.

Israel respondeu militarmente aos ataques sangrentos e sem precedentes do grupo islamita Hamas no seu território, em 7 de outubro, a partir da Faixa de Gaza, que provocaram 1.200 mortos, principalmente civis, e mais de 240 reféns, segundo as autoridades.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, mais de 16 mil pessoas, a grande maioria delas mulheres, crianças e adolescentes, foram mortas na Faixa de Gaza pelos bombardeamentos israelitas.

A passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, é o único ponto de saída do território palestiniano que não é totalmente controlado por Israel.

De acordo com Grandi, um novo êxodo “representaria um fardo adicional para a população refugiada, para a população palestina e para a região”.

Nesse sentido, assinalou que a prioridade é “um regresso à trégua, seguida de um cessar-fogo humanitário e de um fim ainda mais estável das hostilidades”, com um reforço da assistência humanitária enviada para a Faixa de Gaza, que considera de momento “altamente insuficiente”.

“É muito importante atender a este problema para evitar um êxodo que seria verdadeiramente catastrófico”, insistiu

“Os palestinianos são as vítimas desta ação militar. Cerca de 16.000 pessoas morreram e é por isso que deve acabar o mais rapidamente possível. Penso que esse é o objetivo pelo qual todos devemos trabalhar”, defendeu Grandi que também indicou que haverá uma sessão dedicada ao Médio Oriente durante o Fórum Global de Refugiados, que se realiza de 13 a 15 de dezembro em Genebra.

Organizado a cada quatro anos, o Fórum é o maior encontro internacional sobre o tema dos refugiados.