“Em Ponta Delgada, a escola Roberto Ivens encerrou. Nos Ginetes a adesão está a ser de cerca 40% e na secundária da Lagoa ultrapassa os 20%. Na Terceira está acima dos 10% na secundária Vitorino Nemésio”, disse o presidente do SDPA, José Gaspar, em declarações à agência Lusa, admitindo que alguns docentes estarão "a resguardar-se uma vez que são três dias de greve".
Fonte da secretaria regional da Educação e Cultura adiantou à Lusa que a adesão à greve rondava os 12%.
O sindicato iniciou hoje uma greve de três dias para pedir ao Governo regional o descongelamento "sem constrangimentos" das carreiras ou a "validação da totalidade de tempo de serviço congelado".
Numa concentração esta manhã nas Portas da Cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o dirigente do SDPA sustentou que as posições "estão extremadas pela completa indisponibilidade do Governo regional em abrir um processo de diálogo" com o sindicato.
“Os professores estão aqui para mostrar o seu descontentamento e protesto”, sublinhou José Gaspar, referindo-se à participação dos docentes na concentração
Para o presidente do SDPA, "a paz social só será retomada" quando as reivindicações dos professores e educadores de infância "forem atendidas", garantindo que a contestação é para se manter caso não haja abertura da tutela nos Açores para iniciar um processo negocial.
Patrícia Abreu, professora na escola Básica e Secundaria de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, sublinhou à agência Lusa que a greve "é mais do que justa".
Empunhando um cartaz, onde se podia ler “estou em greve, não estou de férias”, também a docente do primeiro ciclo da Escola dos Ginetes, Carla Branco, justificou a adesão à paralisação com a necessidade de mostrar o seu descontentamento em relação "às opções da tutela nos Açores".
“Mas não está só em questão o dinheiro, mas o fato de não quererem contar todos os anos que trabalhamos”, reforçou a professora há 11 anos.
Ricardo Almeida, professor de Educação Física nos Ginetes, criticou o facto de a opinião pública achar que os docentes estão de férias, quando "apenas lutam pelos seus direitos".
Em declarações à Lusa, o secretário regional da Educação e Cultura sustentou ser difícil entender os motivos da greve.
"As carreiras foram descongeladas anteontem e isto traduz-se na progressão de cerca de 2.000 professores dos Açores em 2018 e no que se refere à recuperação do tempo de serviço congelado o Governo dos Açores assumiu o compromisso solene de adotar a solução que viesse a ser encontrada para o continente", acrescentou Avelino Meneses.
O titular pela pasta da Educação reforçou que os docentes na região "já beneficiam de uma política progressiva de recuperação de rendimentos".
"Nos Açores os docentes possuem a carreira mais favorável do país, uma carreira mais curta, sem quotas para efeitos de progressão e com o regime de avaliação mais favorável", frisou.
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