“As políticas públicas nacionais para o sucesso educativo no país e para todos os portugueses, no que diz respeito ao esforço orçamental que precisamos todos de fazer, não pode ficar apenas aplicado ao território continental. Tem de olhar para o país inteiro”, afirmou o Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro.
O líder do Governo Regional falava aos jornalistas em Ponta Delgada, a propósito do seminário “A Educação numa visão de Futuro – O papel da educação na construção de uma sociedade plena de valores e inclusiva”, que está a decorrer na Universidade dos Açores.
Bolieiro defendeu que o reforço de verbas do Estado “não pode só depender de uma eventual revisão da Lei de Finanças Regionais”, mas de uma “estratégia nacional que compreenda” as “realidades assimétricas” do país.
“Apesar da nossa autonomia, a verdade é que o esforço orçamental para o sucesso educativo e para a promoção dessas políticas também tem de ter um esforço do Estado”, vincou.
O presidente do executivo açoriano reconheceu as “dificuldades” e os “maus resultados” do ensino nos Açores, exemplificando com o caso do abandono escolar precoce.
Segundo dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos, divulgados este mês, a taxa de abandono escolar precoce, referente a jovens entre os 18 e os 24 anos fora do sistema de ensino, sem o secundário completo, foi de 27% nos Açores, em 2022, quando a nível nacional se ficou pelos 6%.
“É de conhecimento nacional quais são os nossos 'rankings'. É preciso ter um projeto de responsabilidade do Estado em financiamento de exceção”, assinalou Bolieiro.
O presidente do Governo Regional realçou a importância de “reconhecer o problema” e destacou as políticas do executivo que têm procurado “motivar docentes e profissionais de ação educativa”.
“Temos de formular políticas de estratégia e de recuperação. É isso que estamos a fazer. Com todos e com políticas públicas e de envolvimento em três elementos: o da aprendizagem, o do ensino e o da participação”, declarou.
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