Em declarações à agência Lusa, o presidente do SEP, José Carlos Martins, disse que os primeiros dados recebidos pela estrutura sindical indicam que a adesão no Hospital Dona Estefânia (Lisboa) ronda os 77,5%, no hospital das Caldas da Rainha chega aos 94%, em Peniche aos 94% e em Alcobaça aos 100%.

Segundo o dirigente sindical, em Lisboa, no Hospital de São José a urgência está com 100% de adesão e o bloco operatório 95%.

Os serviços mais afetados, segundo o responsável, são as atividades programadas como as cirurgias, assim como as consultas de enfermagem. Os serviços mínimos estão a ser assegurados.

O pré-aviso da greve prevê serviços mínimos a “prestar em situações impreteríveis”, como urgências, cuidados intensivos, bloco operatório, com exceção das cirurgias programadas, hemodiálise e tratamentos oncológicos.

Os enfermeiros cumprem hoje e quarta-feira dois dias de greve a reivindicar o pagamento de retroativos a janeiro de 2018 e a paridade da sua carreira com a dos licenciados da administração pública.

Estes dois dias de greve foram convocados pelo SEP e seguem-se a uma primeira paralisação realizada na quinta e sexta-feira, que, segundo a dirigente Guadalupe Simões, registou uma adesão global a rondar os 60%.

Com esta paralisação, o SEP espera que o ministério de Manuel Pizarro agende uma reunião para iniciar negociações destinadas a repor a paridade entre a carreira de enfermagem e a de técnico superior da administração pública, alegando que se verifica uma discriminação em todos os níveis remuneratórios.

Além disso, o sindicato reivindica o pagamento da reposição dos pontos da carreira com retroativos a janeiro de 2018 e não a janeiro deste ano, como decidiu o Governo recentemente.

No início do mês, o Ministério da Saúde anunciou que, na sequência de negociações com os diversos sindicatos, cerca de 20 mil enfermeiros seriam abrangidos pelo descongelamento da progressão salarial, com o pagamento dos retroativos a janeiro de 2022.