Os dados continuam a dar “uma expressiva adesão à greve” e traduzem “a enorme insatisfação dos enfermeiros”, disse José Carlos Martins, adiantando que os enfermeiros esperam que a nova ministra da Saúde, Marta Temido, apresente “uma contraproposta que concretize o compromisso do Governo de dignificar e valorizar a carreira de enfermagem”.
“O Orçamento do Estado entregue pelo Governo na Assembleia da República”, que acresce em mais de 500 milhões de euros o orçamento do Ministério da Saúde, “não introduz qualquer elemento de perturbação na negociação da carreira de enfermagem”.
Nesse sentido, sublinhou, “há quadro para continuarmos a negociar e encontrar soluções justas, sensatas e possíveis”.
Sobre os efeitos da greve, que hoje é dirigida a todos os serviços dos hospitais, à exceção dos blocos operatórios, José Carlos Martins disse que fazem sentir nas cirurgias programadas e nas consultas externas.
José Carlos Martins contou que ao início da manhã houve, “de forma salpicada pelo país, algumas tentativas de furar a greve”, com alguns serviços a tentarem remeter doentes que estão internados para os blocos operatórios, uma situação que foi, entretanto, ultrapassada.
Os enfermeiros, que estão a cumprir seis dias de greve, que termina na sexta-feira, exigem a revisão da carreira de enfermagem, a definição das condições de acesso às categorias, a grelha salarial, os princípios do sistema de avaliação do desempenho, do regime e organização do tempo de trabalho e as condições e critérios aplicáveis aos concursos.
Os enfermeiros reivindicam ainda “a valorização económica do trabalho” e a sua dignificação, nomeadamente com o reconhecimento da categoria de enfermeiro especialista e uma categoria na área da gestão, “o reconhecimento da penosidade da profissão”, através da compensação de quem trabalha por turnos, e a reposição dos critérios para a aposentação 35 anos de serviço e 57 de idade.
A greve é convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).
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