"Temos regiões como o Funchal (Madeira), Viana do Castelo, Portimão, Faro, e no São José, em Lisboa, em que a adesão à greve ronda os 80%. Na Figueira da Foz, o hospital teve até de recrutar estagiários para substituir trabalhadores em greve", disse o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), destacando que a "paralisação está a superar as expetativas".

De acordo com o dirigente sindical, no turno da noite (que começou às 00:00) a adesão à greve rondou os 70% e no da manhã (que teve início às 08:00) os 80%.

A paralisação nacional começou hoje às 00:00 e prolonga-se até às 24:00 de quinta-feira.

José Abraão adiantou também que nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) e no que diz respeito às urgências, os trabalhadores estão praticamente todos em greve.

A greve de dois dias, que arrancou hoje, foi convocada pelo Sintap e abrange todos os trabalhadores da saúde, exceto médicos e enfermeiros, dos serviços tutelados pelo Ministério da Saúde, como hospitais ou centros de saúde.

O protesto exige a aplicação do regime de 35 horas de trabalho semanais para todos os trabalhadores, progressões na carreira e o pagamento de horas extraordinárias vencidas e não liquidadas.

Segundo o secretário-geral do Sintap, o sindicato foi convocado para uma reunião na próxima sexta-feira para continuar as negociações do contrato coletivo de trabalho, que já está a ser negociado "há seis anos, sem qualquer tipo de resultados".

O Governo, defendeu, tem de dar "resposta aos problemas, acabar com a precariedade e acabar também com a sobrecarga" de muitos dos profissionais, face à falta de pessoal na maioria dos serviços.

No dia 25 deste mês, trabalhadores do setor da saúde voltam a cumprir um dia de greve, uma paralisação marcada pelos sindicatos afetos à CGTP.

Já na próxima semana, são os sindicatos médicos que têm uma greve de três dias agendada, para os dias 8, 9 e 10.