“Bárbara Guimarães não tem credibilidade, nem coerência e tudo o que afirmou é inverosímil”, começou por afirmar Paulo Sá e Cunha, que durante três horas e meia tentou desmontar os argumentos apresentados pela acusação do Ministério Público e pelo defensor da apresentadora, em relação aos episódios de alegadas agressões relatados ao longo de quase dois anos de julgamento.

Para o advogado de Carrilho, em tribunal, Bárbara Guimarães contou uma “história patética, um folclore, através de relatos que parece não terem sido vivenciados e que têm muitas incongruências”, descrevendo a assistente como “uma diva, uma pessoa com grande auto-estima”, ao contrário da fragilidade motivada pelo medo e pela vergonha defendidos pela acusação.

“Não houve violência doméstica, não houve ameaças. Houve um quadro de progressiva degradação do casal. O divórcio [em dezembro de 2013] não teve nada a ver com agressões, violência ou insultos”, disse Paulo Sá e Cunha assumindo, contudo, que o seu cliente é “frontal e conflituoso” e que disse “algumas coisas que não devia”.

Para o advogado, o julgamento foi muitas vezes uma “realidade virtual”, na qual “a acusação pintou um quadro de perigoso criminoso e da coitadinha vítima”, mas que o argumento “que não adere à realidade, pelo contrário”.

Sobre o facto de Manuel Maria Carrilho expor a vida do casal nas revistas algumas vezes com palavras menos simpáticas em relação à sua ex-mulher, e à relação do casal, o causídico acusou Bárbara Guimarães de ser a primeira a fazê-lo através de uma notícia do jornal Expresso de 17 de outubro de 2013 sob o título “Carrilho com queixa por agressão no DIAP”.

“É a prova de que faz cair a máscara de silêncio de Bárbara Guimarães, a beata”, disse o advogado.

Apesar de não subscrever algumas reações de Manuel Maria Carrilho à data dos factos [finais de 2013], Paulo Sá e Cunha explicou que o arguido se descontrolou quando Bárbara Guimarães mudou a fechadura de casa e disse coisas sem pensar, tendo passado por um período muito conturbado, sentindo um “desnorte emocional absoluto”.

Depois de uma longa explanação, o advogado pediu ao tribunal singular a “total absolvição pelos crimes de que o arguido está acusado” por considerar que não ficou provada a acusação de violência doméstica nem difamação.

Da parte da manhã o advogado de Bárbara Guimarães pediu a condenação de Carrilho a uma pena efetiva de prisão de três anos e dez meses, depois de o Ministério Público ter pedido, em outubro, três anos e quatro meses de pena suspensa.

A última sessão do julgamento antes da leitura da sentença está marcada para dia 04 de dezembro.

Num outro processo que envolve o ex-casal, a 31 de outubro, o tribunal condenou Manuel Maria Carrilho a quatro anos e seis meses de prisão com pena suspensa por agressão, injúrias, violência doméstica, entre outros crimes cometidos contra a apresentadora de televisão em 2014, a quem terá de pagar 50 mil euros.

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