Segundo João Araújo e Pedro Delille, Joaquim Paulo da Conceição disse, em dois depoimentos no Departamento Central de Investigação Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que “o Grupo Lena nunca pagou o que quer que fosse ao Eng. Sócrates, de quem nunca teve qualquer apoio político”.

Em comunicado, os causídicos adiantam que vão “requerer ao titular do inquérito o desmentido, sem delongas”, da notícia segundo a qual o presidente do Grupo Lena confessou ter feito pagamentos a José Sócrates, que consideram “uma calúnia”.

Depois de recordarem que a defesa também teve acesso à parte dos autos em questão, João Araújo e Pedro Delille garantem que João Paulo da Conceição, “nos dois depoimentos” que prestou perante o titular do inquérito, declarou “exatamente o contrário” do que é referido numa notícia publicada hoje pelo Correio da Manhã e citada pela agência Lusa.

O Correio da Manhã noticiou que Joaquim Paulo da Conceição disse que "havia mesmo subornos para José Sócrates" num depoimento no Departamento Central de Investigação Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

"O objetivo do Grupo Lena, ao pagar comissões ao então primeiro-ministro, era abrir portas e novos mercados tendo como prioridade Angola, Venezuela e Argélia”, cita o CM.

O jornal escreve também que “José Sócrates aceitou receber, já depois de sair do Governo, um falso vencimento de uma empresa de Lalanda de Castro que, afinal, era pago pelo grupo Joaquim Barroca".

Joaquim Paulo da Conceição, segundo o Correio da Manhã, disse que “tudo começou em 2006, um ano depois de Sócrates assumir o cargo de primeiro-ministro”.

“O Grupo Lena desenvolveu contactos através de Carlos Santos Silva, de forma a procurar obter o apoio do poder político”, afirmou o empresário no depoimento, salientando que “o apoio fazia-se através de José Sócrates e eram realizados pagamentos para este último”.

O jornal salientou ainda que Joaquim Paulo da Conceição disse que “quando abriu uma conta na Suíça” esta acabou por “ser usada por Santos Silva” para “fazer chegar o dinheiro a José Sócrates”.

O presidente do Grupo Lena foi, segundo o jornal, interrogado na qualidade de arguido nos últimos dias de junho.

A Operação Marquês conta com 18 arguidos, incluindo José Sócrates, que esteve preso preventivamente mais de nove meses, e que está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.

José Sócrates, 59 anos, foi o primeiro ex-chefe do Governo a ser detido preventivamente em Portugal, indiciado por corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Entre os arguidos no processo estão o ex-administrador da CGD e antigo ministro socialista Armando Vara e a sua filha Bárbara Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Helder Bataglia.

Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que concedeu mais 180 dias para a "realização de todas as diligências de investigação consideradas imprescindíveis" na Operação Marquês.

Num comunicado emitido hoje, o presidente executivo do Grupo Lena Joaquim Paulo da Conceição negou também "total e categoricamente" que, no âmbito do processo da Operação Marquês, reconheceu ter feito pagamentos ao ex-primeiro-ministro José Sócrates para conseguir negócios para as suas empresas.

Joaquim Paulo da Conceição nega, “na totalidade do seu conteúdo”, a manchete da edição do Correio da Manhã de hoje, reproduzida pela agência Lusa, de que confessara ter feito pagamentos a José Sócrates num depoimento feito no âmbito do processo da Operação Marquês.

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