“O aeroporto complementar no Montijo será especialmente vocacionado para a operação das designadas companhias low cost e para serviços de médio curso”, disse o gabinete do ministro do Planeamento e das Infraestruturas à agência Lusa.
O gabinete de Pedro Marques assegurou que a pista principal da base aérea do Montijo tem “as condições para receber os aviões usados neste tipo de operações”.
“A pista principal do Montijo, com um comprimento aproximado ao da pista secundária do Aeroporto Humberto Delgado, mas com melhor equipamento de voo por instrumentos, terá igualmente condições para receber aviões de maior porte, em situações de contingência ou indisponibilidade temporária do aeroporto principal, assim como a sua subsequente descolagem realizada em situação não comercial (menor peso)”, afirma a tutela.
Na quarta-feira, o Governo e a ANA – Aeroportos de Portugal assinaram um memorando de entendimento que visa “estudar aprofundadamente” a solução de um aeroporto complementar no Montijo para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
As companhias aéreas aguardam mais informações sobre a opção final do Governo acerca do aeroporto complementar em Lisboa antes de decidirem sobre uma transferência de operações, previsivelmente dentro de cinco anos, para o Montijo.
Entre as várias companhias ouvidas pela agência Lusa, a TAP já descartou sair do aeroporto Humberto Delgado, enquanto outras adiam uma decisão, mas afirmam a necessidade de ficar acautelado o crescimento de movimentos na capital portuguesa.
Pelas ‘low-cost’, a easyJet considerou que a solução apresentada irá “beneficiar todos os operadores, pois permitirá que o tráfego continue a crescer”, enquanto a Ryanair afirmou “apoiar o desenvolvimento do aeroporto do Montijo como aeroporto independente, secundário e ‘low cost’ (baixo custo) para Lisboa, de modo a concorrer com a Portela”.
José Lopes, diretor da easyJet em Portugal, considerou que “é uma solução que só será implementada em 2021/22 e, por isso, quando esta for apresentada mais em detalhe os operadores poderão tomar uma decisão, consoante as opções de crescimento de cada um”, afirmou o responsável, sublinhando que “nenhum operador será obrigado a mover-se, uma vez que todos têm direito a usufruir do espaço em que operam atualmente”.
Numa nota da Ryanair enviada à Lusa, a companhia mostrou-se “confiante de que o aumento da concorrência levará a uma melhor gestão de ambos os aeroportos, o que traduzir-se-á em menores taxas aeroportuárias que, sem dúvida, irão estimular o crescimento do tráfego em Lisboa e assim contribuir para a dinamização da economia”, considerando que a “capacidade de Lisboa continua artificialmente limitada”.
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