“A minha expectativa é de receber toda a documentação para poder certificar o novo aeroporto o mais depressa possível, é esse o meu papel mas, acima de tudo, aquilo que nós esperamos é que todo o sistema se movimente de forma articulada para que este projeto seja possível”, disse o presidente do Conselho de Administração da ANAC.
Para Luís Miguel Ribeiro, que falava no painel “Powering human capital- contributo das organizações no desenvolvimento económico do país”, inserido na cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, que está a decorrer no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor (Portalegre), os 'players' deste projeto têm que trabalhar em uníssono para que a obra se concretize.
“Não é só construir a pista, não é só colocar lá os instrumentos, não é só formar e reconfigurar todo o espaço aéreo, é também a colaboração militar, é também a colaboração da ANA, são as obras no aeroporto da Portela. Há todo um conjunto de 'players' que têm de se mover em uníssono para que este projeto funcione e seja implementado rapidamente”, disse.
Também no mesmo painel, Isabel Heitor da ANA - Aeroportos de Portugal afirmou que o aeroporto do Montijo vai ser “um aeroporto da nova geração”, sublinhando que a empresa mantém uma “preocupação redobrada” para com as questões ambientais.
“É um aeroporto, mais um, que vai contribuir para o desenvolvimento económico e social, vai contribuir para que nós tenhamos mais rotas, das pessoas estarem mais conectadas que é uma coisa tão importante”, acrescentou.
O presidente da OGMA- Industria Aeronáutica de Portugal, Marco Tulio Pellegrini, defendeu que o país “não pode perder o momento de crescer”, defendendo também a construção do novo aeroporto no Montijo.
“O crescimento da economia é fundamental para novos postos de trabalho, não existe coisa mais importante para uma sociedade do que a geração de emprego e neste momento Portugal tem-se posicionado bastante bem do ponto de vista da segurança, clima, gastronomia, tem tudo ponto para receber mais turistas e desenvolver a economia”, disse.
Segundo o responsável não pode existir “uma restrição” aérea ou aeroportuária que bloqueie o crescimento, pelo que as autoridades precisam de avançar, se não “vai bloquear uma oportunidade em Portugal” e quem vai “pagar o preço é toda a sociedade”.
Arlindo Duarte, representante Embraer Portugal e com duas fábricas em Évora, também defendeu a construção do novo aeroporto, desejando “que se encontre um bom equilíbrio entre todos os interesses” e que “se avance” com a obra.
A ANA e o Estado assinaram em 08 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa (Humberto Delgado) e transformar a base aérea do Montijo no novo aeroporto de Lisboa.
Em 11 de janeiro, António Costa admitiu que "não há plano B" para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o EIA chumbe a localização no Montijo e voltou a garantir que "não haverá aeroporto no Montijo" se o Estudo de Impacto Ambiental não o permitir.
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