“Os dois primeiros voos domésticos descolaram hoje do aeroporto de Cabul”, anunciou o porta-voz dos talibãs, Bilal Karimi, em declarações à agência de notícias espanhola Efe.
Apesar de admitir que “ainda há muito trabalho técnico para concluir até o aeroporto estar totalmente operacional para todos os voos domésticos e internacionais”, o porta-voz afirmou esperar que a operação termine brevemente e que o aeroporto “esteja pronto para todos os voos domésticos e internacionais” daqui a poucos dias.
Os voos privados do Afeganistão também estarão operacionais daqui a alguns dias, após quase três semanas suspensos, acrescentou Bilal Karimi.
“Por enquanto, o aeroporto de Cabul está a funcionar apenas para voos domésticos, mas estamos a preparar-nos para organizar outros voos”, referiu também um funcionário da companhia aérea afegã Kam Air, que pediu anonimato.
A mesma fonte observou que os escritórios da companhia aérea não estão abertos, mas deverão voltar ao normal em breve.
A reabertura do aeroporto de Cabul foi possível graças à ajuda de uma equipa técnica enviada para o Afeganistão pelo Qatar.
O aeroporto civil de Cabul estava fora de serviço desde que milhares de pessoas se reuniram ali, após a queda de Cabul nas mãos dos talibãs, em 15 de agosto, para tentar deixar o país num qualquer voo internacional de retirada de nacionais dos países ocidentais, que estiveram no país nos últimos 20 anos.
Num esforço para travar a aglomeração de civis nas portas e até nas pistas do aeroporto com o objetivo de fugir do país, os talibãs garantiram várias vezes que os voos domésticos e internacionais seriam retomados “assim que os Estados ocupantes concluíssem os esforços de retirada dos seus nacionais”, operação cujo final estava programado para 31 de agosto.
Os militares dos Estados Unidos, os últimos a deixar o país após duas décadas de ocupação, destruíram algumas instalações e equipamentos técnicos no aeroporto de Cabul antes de deixar o país, de acordo com vários relatos.
Os talibãs conquistaram Cabul a 15 de agosto, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
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