"O embaixador russo [Dmitry Zhirnov] está em contacto com os talibãs e amanhã [terça-feira] irá encontrar-se com o seu coordenador de segurança" para discutir questões relacionadas com a segurança da embaixada russa em Cabul, disse Zamir Kabulov à Radio Echo de Moscovo.
Os talibãs "já estão a assegurar o perímetro exterior da embaixada russa. Amanhã, irão discutir os detalhes a longo prazo", disse Kabulov, citado pela agência France-Presse.
Kabulov afirmou que o reconhecimento pela Rússia da nova liderança afegã "dependerá das suas ações".
"Analisaremos cuidadosamente o quão responsável será a sua abordagem à governação do país (...). E as autoridades russas tirarão as conclusões necessárias", disse o diplomata russo.
A Rússia já tinha indicado, no domingo, que não estava a considerar uma evacuação da sua embaixada em Cabul, assegurando que tinha recebido garantias dos talibãs relativamente à segurança da sua missão diplomática.
“A situação em Cabul é calma, por mais surpreendente que seja", indicou Kabulov.
O enviado do Kremlin para o Afeganistão reconheceu que a rapidez com que os talibãs tomaram o poder foi "uma surpresa" para a Rússia.
"Sobrestimámos as forças armadas do Afeganistão e eles largaram tudo ao primeiro tiro", acrescentou Zamir Kabulov.
China quer "relações amigáveis"
A República Popular da China que partilha 76 quilómetros com o Afeganistão anunciou hoje que quer manter "relações amigáveis" com os talibãs, na sequência da tomada de Cabul.
Pequim "respeita o direito do povo afegão a decidir o próprio destino" disse hoje a porta voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, em conferência de imprensa.
(Notícia atualizada às 10:47. Acrescenta as declarações da diplomacia chinesa)
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