“Informa-se que todos os que têm na sua posse meios, armas, munições e outros bens do governo, entreguem os objetos mencionados aos órgãos competentes do Emirado Islâmico [como os talibãs designam o Afeganistão] no prazo de uma semana”, disse, através da rede social Twitter o principal porta-voz dos talibãs, Zabihulla Mujahid.

O porta-voz pediu a todos que se rendam dentro do prazo indicado para que “não haja necessidade de processar ou dar tratamento legal aos infratores que venham a ser encontrados”.

Embora os talibãs tenham conquistado o poder em 15 de agosto, os líderes do movimento ordenaram aos seus combatentes para não entrarem nas casas de funcionários públicos, nem confiscarem propriedades do Estado até que houvesse uma decisão dos líderes.

O apelo de Mujahid à rendição voluntária acontece no dia em que os líderes fundamentalistas devem anunciar a formação do novo governo, que os talibãs esperam ter pronto antes da retirada das tropas internacionais, em 31 de agosto.

O movimento dá, assim, mais um passo para tomar o controlo total do país enquanto os Estados Unidos e os aliados internacionais cumprem a últimas horas de presença da força internacional no Afeganistão.

Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.