“O Governo garantiu nove milhões de doses da Johnson & Johnson, com entrega agendada no segundo trimestre do ano, a Johnson contratou a Aspen, uma das nossas farmacêuticas aqui na África do Sul para produzir as vacinas em Nelson Mandela Bay [antiga Port Elizabeth]”, disse hoje à noite Ramaphosa, numa comunicação ao país.

“Além disso, a Pfizer prometeu fornecer 20 milhões de doses, cuja entrega começará no segundo trimestre”, declarou.

Ramaphosa, que preside até este mês à União Africana (UA), adiantou que o Governo sul-africano está também em negociações “avançadas” com vários outros fornecedores para garantir doses adicionais da vacina contra a covid-19, salientando que a África do Sul receberá também um lote de doses de vacinas através da União Africana, sem precisar o volume exato dessas novas doses.

Na sua comunicação ao país, pela televisão nacional, Ramaphosa indicou que a UA assegurou até à data mil milhões de doses da vacina contra a covid-19 para o continente, dos quais 700 milhões de doses através da iniciativa Covax, da Organização Mundial de Saúde.

“Iremos ainda receber vacinas que foram doadas pelo setor privado”, adiantou.

Nesse sentido, o chefe de Estado sul-africano anunciou que a operadora sul-africana MTN vai doar 25 milhões de dólares (20,7 milhões de euros) para a aquisição de sete milhões de doses da vacina contra a covid-19 que serão disponibilizadas a vários países africanos, incluindo países vizinhos.

Sobre a epidemia que atinge o país desde março do ano passado, Ramaphosa sublinhou que a taxa de infeção da doença do novo coronavírus diminuiu na África do Sul, desde dezembro.

“Ultrapassámos a segunda vaga” de contaminação pelo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19. Desde o início da pandemia, em março do ano passado, a África do Sul é, de longe, o país mais afetado.

“As admissões nos hospitais também decresceram”, afirmou, anunciando um aligeiramento das medidas para impedir o contágio.

O Presidente sul-africano disse que o executivo decidiu manter o confinamento de nível 3, embora com alguns ajustamentos, nomeadamente um novo recolher obrigatório entre 23:00 e as 05:00, e a venda de álcool passa a ser permitida de segunda-feira a quinta-feira até às 18:00.

A África do Sul recebeu hoje o primeiro lote de um milhão de doses de uma vacina contra a covid-19 produzida na Índia, sendo que um segundo lote de 500.000 doses do fármaco produzido na Índia é aguardado no próximo mês, segundo o chefe de Estado.

O Presidente Ramaphosa garantiu ao país que as primeiras doses desta vacina serão verificadas antes de serem administradas “para garantir que não sejam prejudiciais à saúde”, tendo o Governo identificado 200 centros de distribuição no país.

“Assim que esteja terminada a vacinação dos profissionais de saúde, daremos início à segunda fase da estratégia de vacinação nacional, que incluirá funcionários essenciais, pessoas com mais de 60 anos, pessoas com outras patologias, assim como residentes de lares e albergues, e na terceira fase, o programa de vacinação será alargado ao resto da população”, explicou.

As primeiras doses, que hoje chegaram por avião da Índia, foram fornecidas pela AstraZeneca, cuja vacina ‘Covishield’ foi desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, e produzidas na Índia pelo Instituto Serum (SII, na sigla em inglesa), segundo o Governo.

A vacina ‘Covishield’ será administrada em duas doses e terá de ser armazenada entre 2 e 8° C, de acordo com as autoridades da Saúde sul-africanas.

O ministro da Saúde, Zweli Mkhize, disse que o Governo sul-africano estima vacinar cerca de 67% da população, ou cerca de 40 milhões de pessoas, até ao final do ano.

A chegada das primeiras doses do fármaco a Joanesburgo, que foram transportadas num avião Boeing 777-300 ER da Emirates desde Mbumbai, marca o início do lançamento da vacina contra a covid-19 no país, a que o Governo sul-africano teve acesso 11 meses depois da eclosão da pandemia, em março do ano passado.

A África do Sul contabiliza mais de 1,4 milhões de infeções do novo coronavírus, com 4.525 novos casos de infeção (menos 772 casos do que no domingo e 1.616 casos desde sexta-feira) registados nas últimas 24 horas, e regista mais de 44 mil mortes, segundo as autoridades da saúde sul-africanas.

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