Numa comunicação ao país na noite de hoje, o chefe de Estado sul-africano considerou um “desastre humanitário” o ocorrido na província de KwaZulu-Natal (KZN), vizinha a Moçambique, afirmando que pelo menos 443 pessoas perderam a vida e 48 encontram-se desaparecidas na província.

Ramaphosa referiu também que há pelo menos uma vítima a registar no Cabo Oriental em resultado das violentas tempestades, “onde estradas, pontes e casas foram destruídas, particularmente na área de Port Saint Johns”.

Cerca de 4.000 casas foram completamente destruídas, mais de 8.300 parcialmente danificadas em KZN, estimando-se em 40.000 pessoas o número de deslocados na província da costa oriental do país, adiantou.

“É um desastre humanitário”, frisou o presidente sul-africano.

“As cheias da última semana causaram grandes danos a casas, empresas, estradas, pontes e infraestruturas de água, eletricidade, ferrovia e telecomunicações”, salientou, acrescentando que as violentas inundações “cortaram os canais de abastecimento de combustível e alimentos ao litoral do país”.

Segundo Ramaphosa, “a vida, a saúde e o bem-estar de milhares de pessoas continua em risco”, acrescentando que “as inundações causaram grandes danos económicos e sociais”.

Ramaphosa, que visitou na semana passada as áreas mais afetadas em redor da cidade de Durban (atual eThkwini), salientou que porto de Durban, o mais movimentado no continente, “foi severamente afetado, estando o acesso rodoviário condicionado”.

“A rota de acesso ao porto, que liga o resto do país, é frequentada diariamente por 13.000 veículos pesados”, frisou.

Segundo Rampahosa, a área metropolitana de Thekwini [Durban], cidade portuária sobre o Oceano Índico, com 3,5 milhões de habitantes, “é responsável por quase metade dos danos sofridos”.

De acordo com o chefe de Estado sul-africano, a Força Área sul-africana, em articulação com uma força multidisciplinar de 10.000 operacionais do exército sul-africano, conduziu até à data mais de 247 operações de salvamento em KZN.

O Presidente Ramaphosa anunciou a disponibilização imediata de mil milhões de rands (62 milhões de euros) para assistir as vítimas das cheias, acrescentando que o Governo criou ainda uma conta bancária como parte do Fundo de Solidariedade para que “sul-africanos e doadores internacionais possam assistir os mais afetados”.

“Um dos desafios mais urgentes nas áreas afetadas é garantir o fornecimento de água potável, comida e abrigo”, considerou o Presidente da República.

“Será necessário um esforço monumental para recuperar deste desastre, frisou Ramaphosa, considerando que a calamidade que sacudiu o país nos últimos dias tem “implicações para além de KZN”.

O chefe de Estado sul-africano anunciou também que vai solicitar ao Parlamento a fiscalização de toda a ajuda humanitária.

“Não pode haver espaço para corrupção”, frisou Ramaphosa.