Segundo uma fonte polícial disse à CNN Portugal e à RTP, os agentes envolvidos na morte Odair Moniz no bairro da Cova da Moura, na Amadora, admitiram que não foram ameaçados por uma arma branca pela vítima.

Segundo esta fonte, nas declarações à Polícia Judiciária os agentes explicaram que houve um confronto físico entre o homem e os agentes, com Odair a resistir à detenção, e um dos agentes admitiu, devido à tensão da situação, ter feito três disparos: um para o ar e dois que atingiram a vítima. Aparentemente, a arma branca estaria dentro de uma bolsa, avançou a CNN Portugal.

Estas declarações agora prestadas pelos agentes contradizem o que foi inicialmente avançado pela PSP em comunicado.

Segundo aquela força de segurança, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.

Na segunda-feira à noite várias pessoas causaram distúrbios no bairro do Zambujal na freguesia de Alfragide, concelho da Amadora, no distrito de Lisboa, onde morava o homem baleado pela PSP na Cova da Moura. Entre os desacatos estão vários focos de incêndio, nomeadamente em caixotes de lixo, paragens de autocarro destruídas, um autocarro apedrejado e muita gente na rua.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria a isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno.

Segundo a PSP, os dois agentes estão agora em serviço administrativo e a receber apoio psicológico.