Trump reuniu-se este sábado com apoiantes hispânicos na sua sede, a Torre Trump. Neste encontro, o candidato ter-se-á comprometido em encontrar uma forma “eficiente e humana” de lidar a questão dos imigrantes ilegais.
Trump reconheceu que "existe um grande problema com as 11 milhões de pessoas que estão aqui [sem documentos], e deportá-los não é possível, nem humano", disse Jacob Monty, um advogado do Texas especializado em assuntos migratórios que participou da reunião, citado pela Univision.
Segundo o canal de televisão, que avança com informações veiculadas por três pessoas que assistiram ao encontro, Trump irá apresentar o seu plano para a imigração em Colorado na próxima quinta-feira.
À CNN, a responsável de campanha Kellyanne Conway adiantou que o dito plano “ainda está por determinar”. "O que queremos é garantir que a lei é implementada, que respeitamos os americanos que estão à procura de trabalho, e que somos justos e humanos com aqueles que vivem entre nós", acrescentou.
No mesmo sentido, em comunicado, outro porta-voz de Trump, Steven Cheung, garantiu que “Trump não disse nada [nesta reunião] que não tenha dito muitas vezes antes: reforçar a política de imigração, defender a Constituição e ser justo e humano enquanto coloca os trabalhadores americanos em primeiro lugar”.
Helen Aguirre, porta-voz do Comité do Partido Republicano confirmou que “Trump foi categórico [na reunião com os representantes da comunidade hispânica] ao afirmar que procura uma reforma justa da política de imigração. Quer ouvir todos e anunciará a sua decisão nos próximos dias”.
Adianta Monty que Trump fez uma proposta que “não vai oferecer a cidadania, mas permite [aos imigrantes] estar aqui [nos EUA] sem medo de serem deportados”.
Recorda a Univison que quando Trump lançou a sua campanha, em junho do ano passado, ligou a imigração à criminalidade. “Quando o México envia pessoas, não envia as suas melhores pessoas. Está a enviar pessoas que têm muitos problemas, e eles estão a trazer esses problemas consigo. Estão a trazer drogas. Estão a trazer crime, São violadores, e alguns, assumo, são boas pessoas”, disse.
O candidato republicano comprometeu-se igualmente, durante as primárias, a levantar um muro na fronteira com o México, adiantando que seria este país a pagar pela obra.
Na semana passada, Michael Roth, ministro das Relações Externas alemão, teve de desmentir Trump, que comparou Hillary Clinton a Angela Merkel e afirmou que a entrada de refugiados na Alemanha fez aumentar exponencialmente a criminalidade no país.
As sondagens mostram que Trump e o seu discurso xenófobo alienaram várias minorias. Os seus consultores aconselharam-no diminuir o tom no que toca à imigração, sobretudo no que diz respeito aos hispânicos, que representam cerca de 10% dos eleitores registados, escreve a Univison.
Acrescenta a televisão que, na reunião com representantes da comunidade hispânica, Trump lamentou o que disse sobre as pessoas oriundas do México, sendo que não ficou claro se viria desculpar-se publicamente pelo ato.
Amanda Rentería, diretora da campanha de Hillary Clintou disse que esta é uma “tentativa cínica” do candidato republicano de “desviar a atenção [das pessoas] das suas políticas perigosas. (…) Donald Trump será sempre Donald Trump, e o que é claro é que é perigoso para a comunidade latina”, concluiu.
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