“Estamos muito mobilizados nesta luta”, afirmou à agência Lusa Daniel Serralheiro, da Federação Nacional dos Baldios (BALADI), filiada da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) .
Em Vila Real juntaram-se esta manhã manifestantes provenientes de Chaves, Boticas, Montalegre, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, Mesão Frio, Castro de Aire ou Amarante.
Nos tratores, de maior ou menor dimensão, carrinha ou carros, trazem faixas e cartazes onde se pode ler: “Agricultores não são subsidiodependentes! Trabalham por eles e para vocês todos”, “Urgente exigimos a reprogramação do PEPAC”, “Sem a agricultora e pecuária não há futuro”, “Governo sem coração promove desertificação”, “Deixem os meus filhos serem agricultores”.
“Estes agricultores reclamam preços justos à produção. Os agricultores são sempre os mais prejudicados da cadeia toda. Outra luta que nos move é o roubo aos baldios. Cada ano que passa mais área de baldios fica indisponível para o pastoreio e isso significa que os agricultores vão começar a abandonar o Interior”, frisou Daniel Serralheiro.
A manifestação partiu da zona do cemitério de Santa Iria e vai seguir pelas avenidas Aureliano Barrigas, 1.º de Maio até à praça do município.
Rubens Aguiar veio de Vila Pouca de Aguiar para marcar o ritmo, com uma campainha que normalmente se coloca nas vacas.
Também proveniente de Vila Pouca, Idalina Marques é produtora de vacas e realça as despesas cada vez maiores com a exploração, e o preço de venda de carne que não aumenta há vários anos, referindo que assim não é sustentável manter a atividade.
Domingos Gonçalves percorreu cerca de 100 quilómetros de Cabril, em Montalegre, até Vila Real, para protestar contra a injustiça que estão a fazer contra o povo serrano.
Produtor de cabras e vacas, as suas principais queixas são direcionadas à diminuição da área de baldio, que pode colocar em causa a sobrevivência.
Vitor Herdeiro, viticultor do Douro, reclama preços justos para a venda da pipa de vinho, referindo que os produtores estão a receber pela pipa de vinho do Porto 800 euros e 200 e 300 euros por pipa de vinho de consumo.
“Isto é incomportável para se manter a viticultura na Região Demarcada do Douro. Ou começam a pagar preços justos à produção, ou será incomportável nós continuarmos a granjear vinho nesta região”, frisou.
Este viticultor e dirigente associativo destacou ainda a questão da Casa do Douro, cujo diploma que repôs a instituição como associação pública e de inscrição obrigatória está para promulgação pelo Presidente da República.
“Para que se façam eleições e, aí sim, que os pequenos e médios agricultores tenham uma voz de presença no Douro”, salientou.
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