Um arguido na "Operação Fénix" disse hoje em tribunal que o aerossol de gás pimenta que lhe foi apreendido na investigação tinha sido oferecido à mulher por um tio. Disse ainda que os dois tacos de basebol também apreendidos tinham sido oferecidos por ele aos filhos, que na altura tinham oito e um anos.

"Achei estranho porque levaram os tacos mas não levaram a bola", referiu.

Garantiu que os tacos eram "pequeninos, para crianças".

Quanto ao bastão extensível igualmente aprendido, o arguido alegou que tinha sido encontrado numa casa de alterne e que acabou por ficar com ele.

A investigação apreendeu ainda 510 euros, mas o arguido disse que "normalmente" andava com aquela quantia, até porque "emprestava" dinheiro a vigilantes que estivessem em dificuldades financeiras.

A "Operação Fénix", processo que está a ser julgado em Guimarães, relaciona-se com a utilização ilegal de seguranças privados.

Os arguidos respondem por crimes de associação criminosa, exercício ilícito da atividade de segurança privada, extorsão, coação, ofensa à integridade física qualificada, ofensas à integridade física agravadas pelo resultado morte, tráfico, posse de arma proibida e favorecimento pessoal.

A lista de arguidos integra a empresa SPDE - Segurança Privada e Vigilância em Eventos, acusada de um crime de associação criminosa e outro de exercício ilícito de atividade de segurança privada.

Para a acusação, ficou indiciado que este grupo se dedicava às chamadas "cobranças difíceis", exigindo, através da violência física e/ou de ameaças, o pagamento de alegadas dívidas.

O arguido hoje ouvido em tribunal funcionaria como uma espécie de "intermediário" da SPDE, colocando vigilantes daquela empresa de Matosinhos em estabelecimentos de diversão noturna na zona da Grande Lisboa.

Além de posse de arma ilegal, o arguido está ainda acusado de associação criminosa, extorsão, exercício ilícito de atividade de segurança privada e coação.

Crimes que o arguido tentou desmontar, nomeadamente quando disse que, num dos episódios da acusação em que é acusado de ameaçar um alegado devedor, apenas lhe deu "um puxão de orelhas".

Noutra ocasião, foi apanhado nas escutas telefónicas a defender que o havia a fazer era "cortar a cabeça" a uma determinada pessoa, mas o arguido alegou que eram apenas "desabafos".

A "Operação Fénix" tem 54 arguidos, entre os quais o presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, e o ex-administrador da SAD portista, Antero Henrique.

O principal arguido é Eduardo Silva, sócio-gerente da SPDE, que está acusado de 22 crimes, entre associação criminosa, exercício ilícito de atividade de segurança privada, favorecimento pessoal e detenção de arma proibida.

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