“Não pode de forma alguma influenciar os desenvolvimentos na linha da frente. (…) Não vai mudar nada”, disse o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.
A maioria republicana na Câmara dos Representantes mantém bloqueado há meses um pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de 60 mil milhões de dólares (56,2 mil milhões de euros, ao câmbio atual).
Kiev considera essa ajuda como crítica para combater a invasão russa e, hoje mesmo, os chefes de diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, insistiram na urgência de o Congresso desbloquear a verba.
“É urgente que todos os amigos e apoiantes da Ucrânia envidem todos os esforços para continuar a fornecer à Ucrânia aquilo de que necessita para se defender da agressão russa”, disse Blinken, à margem do G7.
Kuleba reforçou que o desbloqueamento do pacote de ajuda norte-americano é crucial para a Ucrânia “lidar com o massacre causado pelos mísseis russos”.
“É uma questão de vida ou de morte”, afirmou Kuleba, que foi convidado para a reunião dos chefes da diplomacia do grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia.
A reunião de dois dias decorre na ilha italiana de Capri.
Há vários meses que o exército russo está na ofensiva em vários pontos da linha da frente, que se estende por cerca de 1.000 quilómetros no leste e no sul da Ucrânia.
Exausta por dois anos de combates, a Ucrânia está a ter dificuldades em enfrentar um exército russo com um número superior de soldados, armas e munições.
As forças ucranianas também não dispõem de sistemas de defesa aérea para proteger as cidades e infraestruturas essenciais dos mísseis e ‘drones’ explosivos russos.
Em meados de março, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que era “extremamente importante” que o Congresso dos Estados Unidos tomasse uma decisão rápida sobre a disponibilização de ajuda.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, tem vindo a apelar há meses para que o pacote de assistência militar e económica seja adotado.
O pacote já foi aprovado pelo Senado, de maioria democrata, mas continua bloqueado no Congresso, com os representantes republicanos, que apoiam Donald Trump, em silêncio sobre a questão a seis meses das eleições presidenciais.
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