"Toda a gente sabe que o país está num impasse e que sem revisão constitucional não se podem fazer grandes mudanças", afirmou Alberto João Jardim, acusando o Governo socialista liderado por António Costa de "desinvestimento nos serviços públicos", apontando como exemplo o setor da "saúde".
À margem das jornadas parlamentares do PSD/Madeira, que decorrem até quinta-feira no auditório da Junta de Freguesia de Santo António, no Funchal, Alberto João Jardim afirmou ainda que o líder do PSD, Rui Rio, "tem uma estratégia muito complicada num país como Portugal, em que os partidos só pensam em eleições".
Alberto João Jardim salienta que Rio tem uma "estratégia de longo prazo" para o país, que passa por "criar a possibilidade de um entendimento a nível central, de modo a que o país seja governado ao centro, com uma oposição à direita e à extrema-esquerda", e com o objetivo de "retirar" PCP e BE "da área do poder".
Para isso, considera que a unidade do partido para as eleições legislativas nacionais de 06 de outubro é fundamental.
"Se continuarem lá [no PSD nacional] a brincar às 'cowboyadas', eu agora também tenho mais tempo para brincar aos 'cowboys' porque para voltarmos ao conservadorismo neoliberal do senhor [antigo primeiro-ministro] Passos Coelho, isso é que não!", observou.
Jardim diz que nas eleições da Madeira estão em confronto autonomistas e integracionistas
O ex-presidente do Governo da Madeira Alberto João Jardim defendeu hoje que nas eleições regionais de 22 de setembro estarão em confronto as correntes do Estado social e do Estado assistencialista e a dos autonomistas e dos integracionistas.
"Estas eleições regionais vão ser muito interessantes porque elas vão ser um confronto entre o Estado social e o Estado assistencialista e entre os autonomistas e os integracionistas, que sonham ainda ter um governador civil do continente", explicou o antigo líder do PSD/Madeira, à entrada para as jornadas parlamentares do partido, que decorrem até quinta-feira no auditório da Junta de Freguesia de Santo António, no Funchal.
Alberto João Jardim considerou necessária uma revisão constitucional de modo a proporcionar à Madeira os instrumentos económico-financeiros que lhe permitam prosseguir os objetivos de uma política de natureza de Estado social e não de Estado assistencial, que "é uma espécie de Conferência de São Vicente de Paulo, uma política casuística de dar uma esmola para aguentar o problema".
"Estamos a cair num Estado assistencial, já não é um Estado social em termos de apoio aos necessitados e isso é muito perigoso porque se não houver investimento, se não houver crescimento económico, se o dinheiro for para fazer esmolas nunca se combaterá a pobreza", observou.
Para reverter essa tendência [de Estado assistencial], Alberto João Jardim defende alterações constitucionais "tendo em vista o futuro da Madeira", porque, acrescenta, "o programa do PS é de Estado assistencial, o programa do PSD é de Estado social".
"Nós temos que ter capacidade de ter os instrumentos económico-financeiros para termos investimento e Estado social, porque crescimento económico significa mais emprego, aumento da classe média e um sistema fiscal próprio com mais riqueza para distribuir", disse.
Alberto João Jardim foi presidente do PSD/Madeira entre 1974 e 2015 e presidente do Governo Regional entre 1978 e 2015.
(Notícia atualizada às 13:06)
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