“É preciso as pessoas terem a noção, aqui na Madeira, de que o Chega é um partido, como todos os partidos nacionalistas, favorável ao centralismo e à extinção das autonomias”, disse, para logo reforçar: “Não vamos fazer acordos com os crocodilos na esperança de ser comidos em último lugar.”
Miguel Albuquerque falava à margem de uma visita à clínica Nephrocare, no Funchal, uma unidade convencionada de hemodiálise, aonde se deslocou na qualidade de presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP).
“Não temos qualquer possibilidade de acordo [com o Chega]”, declarou, em resposta a perguntas dos jornalistas sobre o processo eleitoral em curso, realçando que se trata de um partido “antiautonomista” e, como tal, “anti-Madeira”.
Miguel Albuquerque disse, no entanto, que o Chega, à semelhança do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista - que classificou como “partidos antissistema” -, tem o direito de existir porque foi ratificado pelo Tribunal Constitucional.
“Essa ideia de que há radicais à esquerda que devem ser acarinhados e radicais à direita que devem ser expurgados comigo não funciona”, afirmou, reiterando que não haverá acordos com o Chega mesmo que a coligação PSD/CDS-PP não obtenha maioria absoluta nas eleições legislativas de 24 de setembro.
Para este ato eleitoral, o Tribunal do Funchal validou 13 candidaturas, correspondendo duas coligações e outros 11 partidos, mas as listas definitivamente admitidas só serão afixadas em 04 de setembro.
O sorteio da ordem das 13 forças políticas no boletim de voto colocou o Partido Trabalhista Português (PTP) em primeiro lugar, seguido de Juntos Pelo Povo (JPP), Bloco de Esquerda (BE), Partido Socialista (PS), Chega (CH), Reagir Incluir Integrar (RIR), Partido da Terra (MPT), Alternativa Democrática Nacional (ADN), Somos Madeira (coligação PSD/CDS-PP), Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Livre (L), CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV) e Iniciativa Liberal (IL).
As anteriores eleições regionais realizaram-se em 22 de setembro de 2019.
Nesse ato eleitoral, num círculo eleitoral único, concorreram 16 partidos e uma coligação que disputaram os 47 lugares no parlamento madeirense: PSD, PS, CDS-PP, JPP, BE, Chega, IL, PAN, PDR, PTP, PNR, Aliança, Partido da Terra - MPT, PCTP/MRPP, PURP, RIR e CDU (PCP/PEV).
O PSD perdeu então, pela primeira vez, a maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, que detinha desde 1976, elegendo 21 deputados e formou um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados).
O PS elegeu 19 deputados, o JPP três e o PCP um.
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