As centrais Isar II (sudeste), Neckarwestheim (sudoeste) e Emsland (noroeste) foram desligadas da rede elétrica antes da meia-noite, conforme o planeado, avançou a empresa de energia RWE, considerando tratar-se do “fim de uma era”.
O encerramento foi festejado por ativistas antinucleares que se concentraram do lado de fora das três centrais, assim em comícios nas cidades de Berlim e Munique.
A maior potência industrial da Europa respeitou o cronograma de transição energética estabelecido no início dos anos 2000 e acelerado em 2011, após o desastre de Fukushima, no Japão.
A recente crise do gás desencadeada pela guerra na Ucrânia, devido à invasão russa, colocou pressão adicional sobre Berlim e reacendeu o debate, tanto na classe política como na opinião pública, sobre a conveniência do encerramento das centrais nesta altura.
Décadas de protestos antinucleares na Alemanha, alimentados pelos desastres nas centrais de Three Mile Island (Estados Unidos da América), Chernobyl (Ucrânia) e Fukushima, pressionaram os sucessivos governos a acabar com o uso de uma tecnologia que os críticos afirmam ser insegura e insustentável.
Já os defensores da energia atómica alegam que os combustíveis fósseis devem ser eliminados como parte dos esforços globais para conter as alterações climáticas, argumentando ainda que a energia nuclear produz muito menos emissões de gases com efeito estufa e é segura, se gerida adequadamente.
Desde 2003, o país fechou 16 reatores nucleares.
As últimas três centrais forneceram apenas 6% da eletricidade produzida na Alemanha no ano passado, quando em 1997 o nuclear era responsável por mais de 30% da produção de energia.
A parcela de energia renovável atingiu 46% em 2022, em comparação com menos de 25% registados 10 anos antes.
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