"O futuro está na mão dos portugueses e não na Alemanha. Ao contrário daquilo que alguns afirmam, prefiro acreditar mais no meu povo do que propriamente na Alemanha", disse Jerónimo de Sousa, na clássica "arruada" da pedonal e comercial rua de Santa Catarina, na baixa portuense.

As eleições alemãs deram um resultado histórico à extrema-direita, que entra para o parlamento pela primeira vez desde a II Guerra Mundial e torna-se a terceira força política. A CDU (democratas-cristãos) da chanceler alemã, Angela Merkel, venceu as eleições de domingo com 33% dos votos, menos que os 41,5% conseguidos há quatro anos, preparando-se para cumprir o seu quarto mandato.

"O futuro de Portugal, mesmo no quadro desta situação da União Europeia, será muito determinado pela vontade do povo português, a sua forma de estar, de agir, de lutar, de defender este país, a sua própria soberania", insistiu o líder comunista.

Jerónimo de Sousa mostrou-se concentrado na "batalha" das autárquicas, sem fazer quaisquer cenários pré ou pós eleitorais de acordos com outras forças políticas, no Porto ou noutras autarquias, porque "é ao pé do pano que se talha a obra" da CDU, que junta comunistas, ecologistas e independentes.

Na Alemanha, o Partido Social-Democrata (SPD), liderado pelo ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, ficou no segundo posto e já anunciou que pretende ser oposição, não renovando a coligação anterior. Em terceiro lugar ficou a extrema-direita (AfD), com 12,6% dos votos. O partido Die Linke (A Esquerda) conseguiu 9,2%, ligeiramente acima de os Verdes, com 8,9%, completando um parlamento com seis forças, ao invés das anteriores quatro.