O porta-voz do Governo alemão Steffen Seibert anunciou hoje que a Alemanha está a preparar uma “solução europeia”, para os mais de 12.000 refugiados cujo acampamento na ilha de Lesbos foi destruído por um incêndio na passada quarta-feira.
Contudo, enquanto se aguarda a nova proposta de asilo anunciada pela Comissão Europeia para 30 de setembro, o Governo alemão oferecerá “ajuda rápida” à Grécia, incluindo o acolhimento de famílias de refugiados de Moria e não apenas os menores desacompanhados, como inicialmente prometido.
Na semana passada, o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, disse que a Alemanha e a França estão prontas para receber a maior parte do grupo de 400 menores de Moria.
Nesse cenário, o restante do grupo de refugiados seria realocado por outros oito países europeus – Finlândia, Luxemburgo, Holanda, Eslovénia, Croácia, Portugal e Bélgica, além da Suíça extra-comunitária – que também se comprometeram a fazê-lo.
O número de menores acolhidos foi imediatamente descrito como insuficiente por vários partidos da oposição na Alemanha, assim como também pelo Partido Social Democrata (SPD) do Governo, parceiro de coligação do bloco conservador liderado pela chanceler Merkel.
A presidente do SPD, Saskia Esken, pediu hoje o Governo para ir além do que foi até agora prometido, para lidar com a dimensão da “catástrofe humanitária” em Moria.
A pressão concentrou-se no ministro do Interior, Horst Seehofer, da União Social Cristã (CSU), que na legislatura anterior representou a linha mais dura contra a decisão de Merkel de não fechar as fronteiras aos refugiados.
A Alemanha acabou por receber, no ano mais crítico da crise migratória, 2015, cerca de um milhão de requerentes de asilo, enquanto a CSU exigia impor um limite para a chegada de refugiados.
A coligação de Merkel tem agora uma atitude de maior abertura perante a crise de refugiados no Mediterrâneo, e Angela Merkel já prometeu que a Alemanha reagirá de forma rápida perante a situação na ilha grega de Lesbos.
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