Weber, que era candidato único à presidência do PPE, foi eleito com 89% de votos favoráveis dos delegados presentes no congresso, no qual participou o ainda líder do PSD, Rui Rio.
Manfred Weber, 49 anos, que também é o líder da bancada do PPE no Parlamento Europeu – cargo que continuará a desempenhar -, já anunciara em setembro de 2021 a intenção de assumir a presidência do partido, depois de Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu (2014-2019) e presidente do partido desde 2020, ter anunciado o regresso à vida política polaca, para liderar a oposição ao atual governo conservador do PiS (Lei e Justiça) com vista às eleições de 2023.
Embora permaneça como a maior família política no Parlamento Europeu, na sequência das eleições europeias de 2019 — com uma bancada com 179 deputados, seguido dos Socialistas e Democratas (S&D), com 146 -, o PPE perdeu muita força ao nível do Conselho Europeu à luz de eleições legislativas em vários Estados-membros nos últimos anos, tendo atualmente apenas oito chefes de Estado ou Governo entre os 27, sendo que não está no poder em nenhum dos cinco Estados-membros com maior poder económico no bloco (Alemanha, França, Itália, Espanha e Países Baixos).
O grande desafio de Weber será assim tentar revitalizar o Partido Popular Europeu, já com as eleições europeias de 2024 na mira.
“Sejamos francos, não estamos no melhor momento da nossa história. Como podemos conquistar o voto dos jovens? Como podemos diferenciar-nos entre os populistas de direita e o centro liberal? É um desafio e a luta deve começar aqui, hoje, em Roterdão”, declarou o novo presidente do PPE.
Na sua última intervenção enquanto presidente do PPE, Tusk teceu rasgados elogios a Weber, afirmando que “é uma pessoa de compromissos, mas nunca quando se trata de valores fundamentais”, que defende “mesmo quando está em minoria”.
Disse ainda que Weber foi das figuras do partido que mais o ajudou “a resolver o problema do Fidesz”, o partido do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que acabou excluído do PPE por se afastar dos valores europeus.
Na Europa de hoje, declarou o político polaco sobre o primeiro-ministro ultranacionalista húngaro, é clara a importância da nossa decisão de dizer adeus a Viktor Orbán, um defensor do Kremlin e promotor de uma nova versão de um Estado autoritário”.
Este foi o último Congresso do PPE no qual Rui Rio participou, uma vez que deixará de ser presidente do PSD no próximo Congresso do partido, no primeiro fim de semana de julho, quando entrará em funções o vencedor das eleições diretas do passado sábado, Luís Montenegro.
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