"Eu sobrevivi. E agora Putin, que ordenou o meu assassinato (...) manda os seus servos fazerem de tudo para que eu não volte", disse o opositor de 44 anos num vídeo publicado na sua página no Instagram, acrescentando que comprou uma passagem num voo comercial para o dia 17 de janeiro.

"Nunca me perguntei 'voltar ou não voltar'. Simplesmente porque não parti. Encontrei-me na Alemanha depois de chegar numa caixa de reanimação", disse.

Em agosto, Navalny, um feroz militante anticorrupção e inimigo declarado do Kremlin, sentiu-se mal num avião, quando voltava de uma viagem à Sibéria.

O avião fez uma aterragem de emergência na cidade russa de Omsk, onde o ativista ficou hospitalizado por cerca de 48 horas antes de ser transferido para a Alemanha em coma.

O opositor conseguiu recuperar e três laboratórios europeus concluíram que ele havia sido envenenado por uma substância neurotóxica do tipo Novichok, concebida por especialistas soviéticos para fins militares.

Esses resultados foram confirmados pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e uma investigação de diversos meios de comunicação apontou que os serviços especiais russos (FSB) eram os responsáveis pelo envenenamento.

Desde que saiu do coma, Navalny acusa Putin de ordenar o seu assassinato, algo que o Kremlin nega.

O ativista corre o risco de ser preso na Rússia, já que a Justiça russa aceitou na terça-feira uma ação solicitando que uma suspensão da pena concedida ao opositor seja convertida em prisão.

De acordo com o site dos tribunais de Moscovo, uma ação judicial reivindica "a anulação de uma sentença" de suspensão da pena concedida a Navalny por "desrespeito às obrigações exigidas".

Navalny alega que a denúncia foi apresentada pelos Serviços Penitenciários Russos (FSIN) sobre uma condenação proferida em 2014 e a considera uma manobra para impedi-lo de regressar ao seu país.

No final de dezembro, uma investigação foi aberta na Rússia contra Navalny "por fraude em larga escala" por ter supostamente gasto, para fins pessoais, doações recebidas no valor de 356 milhões de rublos (3,9 milhões de euros).

As autoridades mencionam em particular as doações ao Fundo de Combate à Corrupção, fundado pela oposição, e as de cinco outras organizações de direitos humanos.

A legislação russa prevê uma pena de até dez anos de prisão por este delito.

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