“Ele pesa 77 kg”, lê-se na conta @navalny, sublinhando-se que perdeu oito quilogramas desde que iniciou a greve de fome.
“Face à seriedade da greve de fome, a administração [penitenciária] ameaça-o diariamente de alimentá-lo à força”, prossegue o texto.
A alimentação à força de um preso na Rússia é permitida por lei e pode ser feita por via oral, retal ou por intubação, sendo o “tratamento” visto por ativistas de direitos humanos como uma forma de tortura.
Navalny, preso por dois anos e meio por causa de um alegado caso de fraude amplamente visto como um pretexto para prendê-lo, ideia negada pelo Kremlin, parou de comer para denunciar as condições da sua detenção na colónia prisional de Pokrov, a cerca de uma centena de quilómetros de Moscovo.
Navalny acusa as autoridades de lhe negarem tratamento médico adequado para problemas nas costas que o fazem sofrer e interferem no funcionamento das suas mãos e pernas.
Segundo os advogados, Navalny tem uma dupla hérnia discal.
Além disso, o opositor russo já disse que é “torturado” pela privação de sono, uma vez que os guardas prisionais o acordam várias vezes durante a noite.
As autoridades russas, por sua vez, rejeitam todas as acusações de Navalny, defendendo que o opositor está a receber todos os cuidados médicos de que precisa.
“Ele [Navalny] ainda não tem acesso a um médico”, lê-se no texto da mensagem publicada hoje no Twitter.
Navalny, profundamente crítico do Kremlin, sobreviveu a um envenenamento com um agente nervoso desenvolvido pelos militares soviéticos no verão passado e acusa o Presidente russo, Vladimir Putin, e os serviços de inteligência (FSB) de terem tentado eliminá-lo, o que é negado pelas autoridades russas, que têm recusado até agora investigar o incidente.
Ao regressar à Rússia, após cinco meses de convalescença na Alemanha, Navalny foi preso ao chegar ao aeroporto de Moscovo e rapidamente julgado e enviado para a prisão, por violar uma revisão judicial num caso anterior.
Navalny, com milhões de seguidores nas redes sociais, é especialista em investigações de corrupção, em que visa sobretudo as ligações entre Putin e vários oligarcas russos.
Comentários