Em conferência de imprensa de antecipação da cimeira de Vílnius, no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, Jens Stoltenberg referiu que durante a cimeira os 31 Estados-membros acordarão novos objetivos para aumentar a despesa em Defesa e em “assistência multianual para assegurar a interoperabilidade” entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e as Forças Armadas da Ucrânia.

Contudo, insistiu na tese que tem vindo a defender há meses: a adesão da Ucrânia à NATO vai acontecer, mas não para já, nem a curto prazo, pelo que o assunto não vai ser alvo de discussão na cimeira: “Por agora, o importante é garantir que a Ucrânia prevalece.”

“Durante mais de 500 dias, Moscovo levou morte e destruição ao coração da Europa, procurando acabar com a Ucrânia e dividir a NATO […], vamos assegurar-nos de que a Ucrânia é mais forte, e estabelecer uma visão para o seu futuro”, completou o secretário-geral da aliança político-militar.

Stoltenberg acrescentou que este ano 11 dos 31 Estados-membros já ultrapassaram os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa e que a expectativa é de que em 2024 a cifra aumente.

O investimento dos Estados-membros vai ser alvo de discussão, uma vez que os países que integram a organização têm de endossar o compromisso de ultrapassar os 2% do PIB de investimento na área da Defesa. Até agora, esta era a meta, e daqui em diante a NATO quer que seja o mínimo.

Portugal, de acordo com uma estimativa divulgada hoje pela Aliança Atlântica, deverá investir 1,48% do PIB neste domínio, abaixo da previsão do Governo de 1,66%.

Contudo, Stoltenberg disse que os países da Europa e o Canadá estão a progredir nesta ambição e lembrou que estão também convidados para participar na cimeira de chefes de Estado e de Governo a Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Japão, Ucrânia e a Suécia, país candidato à adesão.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.