A Aliança das Mesquitas, Associações e Líderes Muçulmanos na Europa (Ammale) foi oficialmente lançada em 7 de outubro de 2023, em Paris, com líderes muçulmanos de 17 países.
Mas o nascimento da aliança foi ensombrado pelo ataque do grupo extremista palestiniano Hamas em Israel, ocorrido no mesmo dia, segundo a agência francesa AFP.
O objetivo da aliança é “unir as vozes e os esforços das instituições e personalidades muçulmanas de toda a Europa”, disse o reitor da Grande Mesquita de Paris (GMP), Chems-eddine Hafiz, numa conferência de imprensa.
A Ammale, que também significa foneticamente “esperança”, é uma associação de direito francês, organizada em torno da GMP, que a financia.
Pretende coordenar ações de luta contra o ódio e a discriminação contra os muçulmanos, promover os valores humanistas do Islão, lutar contra a radicalização e opor-se à extrema-direita.
Hafiz, que é também presidente da Ammale, disse que estava “consciente do aumento da incompreensão, da intolerância e do racismo através de movimentos políticos e mediáticos”.
“Vamos participar nas eleições europeias”, anunciou, defendendo “um Islão justo”.
O vice-presidente da Ammale e secretário-geral do Conselho Central dos Muçulmanos na Alemanha, Adbassamad El Yazidi, disse que a aliança pretende “mobilizar as pessoas para participarem nas eleições”.
Defendeu ser necessário fazer frente a uma extrema-direita que pretende que “os Estados europeus se voltem contra os valores fundadores da Europa”.
Já existem na Europa outras associações representativas, como o Conselho Europeu de Líderes Muçulmanos (Eulema), mas os líderes da Ammale disseram que reúnem os que estão próximos daquilo que representa a GMP.
“Ou seja, uma escola de pensamento sunita e maliquita”, disse Hafiz, referindo-se à escola jurídica islâmica fundada por Malik ibn Anas no século VIII.
Acrescentou que há várias escolas de pensamento e que “as portas estão abertas”.
A Ammale reúne instituições de França, Alemanha, Áustria, Bélgica, Bósnia-Herzegovina, Croácia, Dinamarca, Espanha, Grécia, Itália, Macedónia do Norte, República Checa, Reino Unido, Rússia, Suécia, Suíça e Ucrânia, segundo a ata fundadora publicada no ‘site’ da GMP.
As eleições para o Parlamento Europeu realizam-se entre 6 e 9 de junho.
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