“Estamos muito preocupados, porque tem havido uma falta de sensibilidade para o lado espiritual”, disse à agência Lusa o pastor António Calaim, que lidera a Aliança Evangélica.

“Fizemos mais mal do que bem. Prevenimos algum contágio, mas provocámos muitos danos a nível psicológico e emocional”, afirmou, sublinhando não ser o único a partilhar esta convicção: “Tenho muitos colegas que pensam assim”.

À semelhança de outras organizações religiosas, os evangélicos enviaram na semana passada uma carta dirigida à diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, da qual aguardam resposta, continuando sem orientações da parte governamental sobre a reabertura dos templos.

“Sabemos que nos Açores e na Madeira, as celebrações vão começar na próxima semana em algumas igrejas”, indicou o líder da Aliança Evangélica, referindo que em termos gerais a data prevista é 31 de maio.

De acordo com o mesmo líder religioso, foi pedida uma reunião às autoridades de saúde. “É bom termos orientações da parte da saúde pública. Sabemos o que devemos fazer, eu próprio sou médico, mas é bom haver esse diálogo”, defendeu, em declarações à Lusa.

Portugal contabiliza 1.163 mortos associados à covid-19 em 27.913 casos confirmados de infeção, segundo o mais recente boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

O país entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência, desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.