“Apoio a Aliança porque é um desafio à rigidez do nosso sistema político, assente até agora em partidos tradicionais, como se não fosse possível abrir outras vias na política e na cidadania” e “capazes de servir Portugal com motivação, com conhecimento e com experiência”, afirmou, em Évora, no congresso nacional do partido fundado por Pedro Santana Lopes.

Segundo o embaixador, os partidos políticos, “infelizmente, estão cada vez mais metidos num casulo” e “estão rígidos naquilo que dizem”.

“Tudo isto, e também em Portugal, é também consequência da burocracia de Bruxelas e da lógica da União Europeia”, argumentou.

A União Europeia, continuou, “uniformizou as práticas e os discursos dos partidos políticos”, porque “têm todos a mesma linguagem”, a qual “diz pouco às pessoas, que sentem que as coisas estão a ficar bloqueadas”.

No primeiro Congresso Nacional da Aliança, na Arena d’Évora, na intervenção que fez como convidado, o embaixador argumentou também que “o debate político diz cada vez menos a grupos que se sentem marginalizados, porque não vai ao encontro das suas preocupações”.

Na Europa têm surgido diversos projetos políticos inovadores, segundo António Martins da Cruz, que deu como exemplos Espanha, França e Itália e indicou serem “exemplos da vitalidade da sociedade civil”.

“O que é que esses países têm de melhor que nós para que não possamos fazer isso em Portugal”, questionou, logo respondendo: “A grande adesão à Aliança, aquela que estamos a ver aqui hoje, é a prova de que muitos sentem o mesmo que eu sinto hoje em dia, que é uma força política que traz validade ao tempo que nós vivemos hoje”.

Argumentando que o panorama político na Europa “tem vindo a alterar-se” e que hoje assiste-se “a uma fragmentação dos partidos políticos tradicionais”, António Martins da Cruz considerou que, atualmente, “há um novo debate político” no seio europeu “sobre a identidade” e acerca do que “significa a identidade na política, especialmente quando se aproximam eleições como agora”.

A Aliança “procura ser uma força nova, que vai ao encontro dos que se sentem fora do debate político e fora das preocupações dos políticos”, sustentou.

“Queremos uma Europa mais humana, que decida para as pessoas e não uma Europa tecnocrática, que não presta contas a ninguém”, defendeu, elogiando o cabeça-de-lista da Aliança às eleições europeias: “Não podíamos ter melhor candidato à Europa do que o doutor Paulo Sande”.

O congresso do partido em Évora, que termina no domingo, “é um impulso muito importante na afirmação da nossa Aliança em Portugal, na Europa e no mundo”, argumentou.

“Estou seguro de que a Aliança será rapidamente um partido imprescindível no debate político português e no debate político europeu”, vaticinou também o embaixador.