"A reunião com as empresas proprietárias da central [Endesa, Iberdrola e Naturgy] não teve quaisquer avanços. Saímos da reunião tal como entrámos, sem novidades", afirmou à agência Lusa, César Vizcaíno.

Os trabalhadores da central nuclear de Almaraz, em Espanha, perto da fronteira portuguesa, começaram no dia 26 de fevereiro ações de protesto, que se realizam todas as terças e quintas-feiras, para exigir o prolongamento do funcionamento da central por mais dez anos.

O comité de empresa, que integra os sindicatos da central, reuniu-se hoje em Madrid, com as empresas proprietárias para manifestar as preocupações dos trabalhadores e para saber se as elétricas vão, ou não, pedir o prolongamento da atividade de Almaraz, sendo que a data limite para esse pedido é o dia 31 de março.

César Vizcaíno garantiu que os trabalhadores vão manter, para já, as concentrações à porta da central nuclear todas as terças e quintas-feiras até ao final do mês.

Confirmou ainda que na segunda-feira, os trabalhadores vão realizar uma marcha de protesto às 18:00 (17:00 em Portugal continental), entre a porta da central nuclear e o município de Almaraz, onde ficarão concentrados.

A central de Almaraz está situada junto ao rio Tejo e faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre, sendo Vila Velha de Ródão a primeira povoação portuguesa banhada pelo Tejo depois de o rio entrar em Portugal.

Em operação desde 1981 (operação comercial desde 1983), a central está implantada numa zona de risco sísmico e a apenas 110 quilómetros em linha reta da fronteira portuguesa.

Recentemente, o governo espanhol voltou a adiar o encerramento da central de Almaraz, desta vez diferindo a desativação dos dois reatores para 2027 e 2028, ou seja, por mais oito anos do que o inicialmente previsto.

Entretanto, a Iberdrola e a Naturgy assinaram ontem com a Companhia Nacional de Resíduos Radioactivos, Enresa, um protocolo que especifica o acordo para o encerramento de todo o parque nuclear espanhol entre 2027 e 2035, ao qual também se juntarão a EDP e a Endesa na próxima semana.

Segundo a Efe que cita fontes do setor, o protocolo especifica o cronograma do encerramento programado das centrais e os prazos de solicitação de renovação das licenças.

A primeira central que fecharia seria Almaraz, em Navalmoral de la Mata (Cáceres), em 2027 e a última a de Trillo (Guadalajara), que o faria em 2035.

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