No mesmo dia, o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, dará posse ao sucessor de Silva Ribeiro, o almirante António Mendes Calado, na chefia do Estado-Maior da Armada.

António Maria Mendes Calado, 61 anos, é vice-chefe do Estado-Maior da Armada desde outubro de 2016. Especializou-se em artilharia e concluiu a sua carreira no mar como comandante da fragata Corte Real, entre julho de 2002 e dezembro de 2005.

Como CEMGFA, o almirante Silva Ribeiro será o responsável pelo “planeamento e implementação da estratégia militar operacional” e tem na sua dependência hierárquica os chefes de Estado-Maior dos ramos, “para as questões que envolvem a prontidão, emprego e sustentação das forças e meios da componente operacional do sistema de forças”, prevê a lei.

Na quarta-feira, um dia antes de passar o testemunho a Silva Ribeiro, o general Pina Monteiro vai ser condecorado por Marcelo Rebelo de Sousa com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, que se destina a “distinguir destacados serviços prestados ao país no exercício das funções de soberania”.

Artur Pina Monteiro exerce o cargo de CEMGFA desde 07 de abril de 2014, nomeado pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, tendo ido reconduzido em fevereiro do ano passado.

Já na altura, o Governo tinha anunciado a intenção de que o próximo CEMGFA seria oriundo da Marinha, o que se confirmou com a escolha de Silva Ribeiro.

Há um mês, Pina Monteiro divulgou um comunicado a assegurar que a relação com o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, tem sido, e continuará a ser caracterizada pela “correção, respeito, frontalidade e lealdade”.

O comunicado foi divulgado na sequência de uma notícia do Expresso, do dia 03, que citava partes de um memorando subscrito pelos chefes militares alertando para os riscos da falta de efetivos nas Forças Armadas.

Pina Monteiro referiu que “independentemente do diálogo institucional estabelecido no quadro dos processos relativos aos efetivos militares, não esteve, não está, nem estará em causa o cumprimento das missões das Forças Armadas”.

Na semana passada, em audiência fechada na comissão parlamentar de Defesa, Pina Monteiro confirmou as preocupações com os riscos da falta de efetivos – atualmente nos 28 mil — recusando, no entanto, qualquer conflito com a tutela política.

A cerimónia da tomada de posse, na quinta-feira, está prevista para as 15:00, no Palácio de Belém, seguida da posse de Mendes Calado como chefe do Estado-Maior da Armada.

O almirante Silva Ribeiro, de 60 anos, é CEMA desde 10 de dezembro de 2016. Foi diretor-geral da Autoridade Marítima e Comandante-geral da Polícia Marítima.

Silva Ribeiro foi também Superintendente do Material, diretor-geral do Instituto Hidrográfico e subchefe do Estado-Maior da Armada.

Nascido em Pombal, ingressou no Curso de Marinha da Escola Naval em 1974, tendo obtido a licenciatura em Ciências Militares-Navais.

Especializado em Hidrografia, é doutorado em Ciência Política e mestrado em Estratégia. É professor catedrático convidado do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e professor militar da Escola Naval.

O almirante Silva Ribeiro publicou 16 livros, dois dos quais sobre a teoria da Estratégia, cinco sobre planeamento estratégico aplicado ao Estado, à defesa nacional, à segurança nacional e à Marinha.

Segundo a lei de bases das Forças Armadas, o CEMGFA “responde em permanência perante o Governo, através do Ministro da Defesa Nacional, pela capacidade de resposta militar das Forças Armadas”.

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