“Em resposta às circunstâncias em Portugal, iniciámos de imediato uma investigação interna”, disse fonte oficial da Altice USA, quando questionada sobre o tema, no âmbito da ‘operação Picoas’.

“Enquanto conduzimos esta investigação, nosso ‘chief procurement officer’ [responsável de compras, Yossi Benchetrit] foi colocado de licença para garantir que a empresa mantenha o foco nas suas operações e no atendimento aos clientes”, explicou a mesma fonte.

“Em 15 de julho, Alexandre Fonseca deixou o cargo de presidente de Administração” e a Altice USA “nomeou o CEO [presidente executivo] Dennis Mathew” ‘chairman’ da subsidiária, acumulando os dois cargos, referiu a mesma fonte.

“Conduzimos os nossos negócios com a mais alta integridade e continuaremos a operar os nossos negócios com o melhor interesse dos nossos acionistas, clientes e funcionários em primeiro lugar”, rematou.

A ‘operação Picoas’, desencadeada em 13 de julho, levou a três detenções, entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP). Hernâni Vaz Antunes foi o quarto arguido a ser detido, mas tal ocorreu no dia 15, após entregar-se às autoridades.

Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).

Em causa, alegadamente, está uma “viciação do processo decisório do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.

As autoridades consideram que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba “superior a 100 milhões de euros”.