No calendário do desconfinamento que está a ser preparado pelo Governo — que, como adiantou a ministra da Presidência, terá início pelo regresso presencial às aulas — a prioridade vai ser colocada nos alunos do 1.º e 2.º ano, adianta hoje o jornal Público.
Em causa está o facto dos alunos mais novos serem aqueles que se teme que tenham as suas aprendizagens mais afetadas pelo ensino à distância. Por isso mesmo, os estudantes do ensino secundário e do ensino superior só deverão regressar às respetivas instituições de ensino em abril.
O jornal diário refere que esta prioridade aos alunos mais novos do primeiro ciclo está a ser equacionada pelo Governo, sendo que se baseia naquilo que eram as orientações publicadas no ano passado pelo Ministério da Educação, nas quais se referiu que os alunos mais velhos seriam os primeiros a ir para casa ter aulas à distância e os mais novos os últimos, invertendo-se agora a ordem.
Ao Público, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, refere que a medida "faz sentido" porque os alunos mais novos — em especial os do 2. ano, que no ano passado estiveram quatro meses em ensino à distância e viram a sua recuperação de aprendizagens interrompida por novo confinamento — são aqueles que mais sofrem com o ensino remoto.
As escolas, porém, ainda não têm qualquer indicação de data por parte do Governo, apesar dos diretores quererem que a retoma aconteça ainda durante o segundo período, que termina a 26 de março para a pausa — encurtada este ano — das férias escolares da Páscoa.
A ministra da Saúde, depois da reunião do Infarmed, disse ontem que todos os cenários estão em aberto quanto ao desconfinamento, apesar de reforçar que a vontade do Governo é de iniciá-lo com o regresso às aulas.
“Neste momento estamos a refletir sobre os momentos em que deveremos começar a equacionar medidas de desconfinamento e por onde devemos começar a aplicá-las. Portanto, todas as hipóteses nesse contexto são hipóteses de cenários que são possíveis. O governo referiu várias vezes que o último encerramento que desejaria era o encerramento das atividades escolares e é coerente que se pense num processo de reversão e que seja pelas atividades escolares que se iniciará o processo”, frisou Marta Temido.
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