“Este protesto vem na sequência de uma reunião geral de alunos, que aconteceu no dia 10, onde estiveram presentes mais de 350 estudantes, e onde foram discutidas as reivindicações e os problemas da escola”, explicou à agência Lusa a porta-voz da organização do protesto, Beatriz Mendes.
A estudante avançou que a instituição de ensino precisa de obras, que “ainda há amianto por ser retirado”, que “há casas de banho encerradas por falta de verba” para as arranjar e que “há graves problemas com a canalização”.
Outro dos problemas, segundo Beatriz Mendes, é a carência de funcionários.
“Por exemplo, a secretaria só funciona de manhã, o que torna quase impossível para muitos alunos tratarem dos seus assuntos. Além de outros serviços que não funcionam plenamente por falta de funcionários”, indicou.
A aluna defendeu que “a qualidade da comida não é como deveria ser”, os balneários de educação física têm que ser partilhados por duas turmas e “não têm tamanho, de todo, para isso”.
A Escola Fernão Mendes Pinto tem atualmente cerca de mil estudantes, mas, segundo a porta-voz, “este número é superior ao que a escola foi pensada para ter”.
Segundo Beatriz Mendes, é esperada “uma grande adesão” a este protesto, inclusivamente de alunos de outras escolas do concelho.
“Nós sabemos que as condições na Fernão Mendes Pinto são as que são, mas também há muitos problemas noutras escolas e até há escolas com piores condições. E, por isso, eu penso que, por exemplo, os alunos da Anselmo de Andrade, que é uma secundária próxima, também irão amanhã [quarta-feira] sair em protesto”.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, visitou hoje a Escola Secundária Fernão Mendes Pinto e advertiu que a instituição “não tem obras há 40 anos”, tendo principalmente problemas estruturais, ao nível da canalização e de roturas.
A líder bloquista alertou ainda para algumas condicionantes em relação à alimentação, como a quantidade da comida, que é a mesma para crianças com idades diferentes, e as más condições de trabalho, provenientes da contratação de empresas exteriores à escola para o serviço de cantina.
“Tive o prazer de conversar com alguns alunos, que amanhã [quarta-feira] vão fazer aqui uma manifestação a exigir obras na sua escola e têm toda a razão. Os estudantes do nosso país sentem muito a falta do investimento na educação”, defendeu Catarina Martins.
Para a coordenadora do BE, é importante, nesta altura que se debate o Orçamento de Estado para 2019, "que também se use o crescimento económico e a capacidade que o país tem hoje se ser maior que era no passado, para se fazer os investimentos necessários" na educação, nomeadamente em obras de requalificação em escolas "que há décadas não têm investimento".
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