"Se tivermos um retrocesso nestas próximas eleições, as políticas ambientais pagarão o preço, a Amazónia virará uma grande fogueira", alertou Tião Viana.
Viana está em Oslo, na Noruega, para o Fórum de Florestas Tropicais que decorre esta semana, naquela que é a principal conferência global sobre florestas tropicais e clima.
O Acre é um dos nove estados brasileiros que compõem a Amazónia legal e ocupam 49% do território nacional.
Apesar de ser um dos menores estados em extensão geográfica, o Acre é o único estado brasileiro com políticas estruturadas de incentivos da conservação das florestas em pé.
O estado foi um dos primeiros a ter projetos ambientais para reduzir a desflorestação, aprovados pelo Fundo Amazónia, criado há dez anos.
Neste período, o pequeno estado reduziu a devastação em 66% e possui 87% do território conservado.
À agência Lusa, Viana reafirmou a sua preocupação com as eleições gerais no Brasil programadas para outubro e o risco de um retrocesso na área ambiental.
"O Brasil vive um momento muito delicado, temos um desequilíbrio constitucional em que o poder central está hipertrofiado no judiciário que toma decisões do legislativo e do executivo. Isso é perigoso para a democracia e os mais fracos pagarão o preço. As políticas ambientais estão entre as mais frágeis", disse.
Viana participou hoje num painel no Fórum de Florestas sobre a Força Tarefa de Governadores para o Clima e Floresta (GCF, por suas siglas em inglês).
O Acre integra esta associação de 38 estados subnacionais, criada em 2008, para implementar ideias de desenvolvimento de baixo carbono.
"Somos o estado brasileiro que melhor reduziu a desflorestação de maneira sustentável na Amazónia. Nosso propósito de política pública é baseado na economia diversificada com fortalecimento comunitário dos povos indígenas”, afirmou.
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