O mês de junho de 2021 excedeu a média do período 1991-2020 em 1,2 ° C, ficando 0,15 ° C acima do mês de junho mais quente até agora para esta região, em 2012, declarou à Agência France Presse (AFP) Carlo Buontempo, diretor do C3S, associando este recorde à onda de calor observada no Canadá e em parte dos Estados Unidos.
“Essas ondas de calor não surgem do nada. Elas ocorrem no clima global que está a aquecer e que as torna mais prováveis”, comentou, por seu lado, Julien Nicolas, analista da C3S, acrescentando: “As ondas de calor que vimos no mês passado na América do Norte, oeste da Rússia e norte da Sibéria são apenas os exemplos mais recentes de uma tendência que vai continuar e que está ligada ao aquecimento global”.
Numa onda de calor excecional que começou no final de junho, o Canadá quebrou o seu recorde histórico várias vezes, com os termómetros e chegarem aos 49,6 ° C em Lytton, no dia 30 de junho.
Esta pequena comunidade 250 quilómetros a nordeste de Vancouver tornou-se o símbolo desta crise, após quebrar o recorde histórico, foi vítima das chamas que devastaram 90% do seu território.
“O que aconteceu no Canadá representa um grande salto em relação ao recorde anterior (…). O que podemos dizer é que esses registos de calor são um poderoso lembrete do impacto que as mudanças climáticas podem ter nas nossas vidas”, comentou Carlo Buontempo.
O aumento e a intensificação das ondas de calor em todo o mundo são as manifestações mais claras do aquecimento global.
Enquanto o mundo já ganhou pelo menos + 1,1 ° C em relação à era pré-industrial, incentivando o aumento de eventos climáticos extremos, o Acordo de Paris visa conter esse aquecimento abaixo de + 2 ° C, se possível 1,5 ° C.
Na Europa, junho de 2021 foi o segundo mais quente alguma vez registado, atrás do mês de junho de 2019, de acordo com o C3S, que destacou as temperaturas particularmente altas na Finlândia e no oeste da Rússia, bem como no Ártico Siberiano.
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