Numa mensagem hoje publicada na página eletrónica do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, Ruy Ventura, além de saudar a investidura de Américo Aguiar como membro do Colégio Cardinalício, considera ser “um sinal para a Igreja e para os homens e mulheres de boa vontade, independentemente das suas crenças ou descrenças, que o único cardeal português a ter funções ativas numa diocese lusa” vá sentar-se “na cátedra do seu conterrâneo D. Manuel Martins, cuja santidade prática poucos esquecem em Portugal”.

“Num território cujos problemas materiais, culturais, patrimoniais e espirituais, alguns bastante graves, bem precisam de um olhar clarividente, de uma voz profética e de uma mão ativa, é-nos oferecido um sinal de esperança”, acrescenta Ruy Ventura, para quem, “a periferia existencial e geográfica se tornou, assim, um centro. E poderá transformar-se num eixo irradiante, se houver trabalho humilde e confiante nesse sentido”.

O cardeal Américo Aguiar, que no sábado foi elevado a cardeal pelo Papa Francisco no consistório realizado no Vaticano, tomará posse da diocese de Setúbal no próximo dia 26 de outubro (dia em que se cumprem 48 anos sobre a ordenação episcopal de Manuel Martins), estando a entrada solene agendada para o domingo seguinte, dia 29.

Américo Aguiar, principal rosto da organização da Jornada Mundial da Juventude realizada em agosto em Lisboa, foi nomeado bispo de Setúbal no dia 21 de setembro. A diocese estava sem bispo titular desde o início de 2022, quando o então bispo de Setúbal, José Ornelas, foi nomeado para Leiria-Fátima.

Aquando da sua nomeação, Américo Aguiar afirmou-se “contente, feliz e animado” pela sua nomeação para liderar a diocese cujo primeiro titular foi o seu conterrâneo Manuel da Silva Martins, que ali esteve entre 1975 e 1998.

“Estou contente, estou feliz, estou animado. Nem todos os portugueses têm de ir para fora do país para concretizar a sua vocação, não é? Portanto, estou muito feliz por poder corresponder e sinto verdadeiramente a mão de Deus nesta nomeação do Papa Francisco. É a minha cara”, disse, na ocasião, em entrevista conjunta à agência Lusa e à agência Ecclesia.