“Esta é uma caça às bruxas pós-eleitoral que tem como alvo qualquer pessoa que expresse opiniões críticas do Governo e que seja suspeito de se associar ao principal partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), em Nampula “, refere a AI, em comunicado.
Nampula é a região onde a Renamo conquistou cinco dos oito municípios nas eleições de 10 de outubro, face a 44 para a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e um para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
A AI diz conhecer pelo menos oito casos de pessoas que foram alvo de telefonemas anónimos e mensagens de texto “acusando-os de contribuir para a derrota da Frelimo em Nacala-Porto e Nampula” e avisando-os para “terem cuidado” ou de que “têm os dias contados”.
Os alvos são jornalistas, padres e líderes da sociedade civil.
A organização pede às autoridades que investiguem os casos e responsabilizem os autores das ameaças.
O Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA, sigla em inglês), tem vindo a denunciar desde sexta-feira vários casos de ameaças e agressão a jornalistas durante a cobertura das quintas eleições autárquicas em Moçambique.
Também a plataforma de observação eleitoral Votar Moçambique, que junta sete organizações da sociedade civil do país, ‘chumbou’ hoje o processo eleitoral, durante uma avaliação apresentada em Maputo.
A plataforma Votar Moçambique constatou a existência de “vários casos de intimidação” sobre jornalistas, eleitores e candidatos da oposição que provocaram “claras situações de violência eleitoral”, referiu.
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