Em declarações à agência Lusa, o diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro Neto, “lamentou muito” a divulgação das fotografias dos suspeitos no momento da detenção.

“Não acrescenta nada ao processo de justiça que está a ser realizado. Esta fotografia não acrescenta nada, pelo contrário, humilha as pessoas e fere-as na sua dignidade humana”, afirmou o responsável da secção portuguesa da organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI).

A Amnistia em Portugal congratula-se com a “recaptura dos suspeitos e a sua devolução ao processo judicial” e lembra que em Portugal é o tribunal o órgão que faz justiça, no caso de haver condenação.

“Tudo o resto é espetáculo e é indigno”, lastimou.

Por outro lado, a AI realça a forma como a “polícia agiu”, em que a recaptura dos suspeitos aconteceu “com discrição, sem incidentes, sem feridos”, considerando que é sinal de “um bom trabalho das forças de segurança publica”.

Pedro Neto entende ainda como positivo que o Ministério da Administração Interna tenha determinado a abertura de um inquérito à divulgação das fotografias.

Também a PSP mandou abrir um inquérito sobre o mesmo assunto.

Os três homens detidos na sexta-feira a meio da tarde, num parque de campismo em Gondomar, tinham fugido do tribunal na quinta-feira à tarde, depois de um juiz de instrução lhes ter decretado prisão preventiva.

Os três são suspeitos de dezenas de furtos a idosos no Grande Porto.

Após a fuga, as autoridades policiais desencadearam uma operação de captura, alertando então que os foragidos eram considerados perigosos e estavam “potencialmente” armados.

Nas fotografias, que estão a ser divulgadas por vários órgãos de comunicação social, é possível ver os homens no momento da detenção, já algemados, sentados no chão.