“Greta Thunberg parte de Israel num voo para França”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita na sua conta oficial no X, juntamente com duas fotografias da ativista a bordo do avião.

O Madleen, com 12 ativistas a bordo, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, foi intercetado na manhã de segunda-feira, quando tentava chegar à Faixa de Gaza com ajuda humanitária.

O veleiro chegou na noite de segunda-feira ao porto israelita de Ashdod, escoltado por dois navios da marinha de guerra de Israel.

A Coligação da Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês), que fretou o barco, confirmou que os militantes estavam sob custódia das autoridades israelitas e que “poderiam ser autorizados a partir de Telavive” já entre segunda-feira e hoje.

“Continuamos a exigir a libertação imediata de todos os voluntários”, escreveu a organização na mesma plataforma, considerando que a detenção é “ilegal” e “viola o direito internacional”.

O veleiro, com cidadãos franceses, alemães, brasileiros, turcos, suecos, espanhóis e holandeses a bordo, partiu de Itália a 1 de junho com o objetivo de “romper o bloqueio israelita” à Faixa de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária após mais de 20 meses de guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023 contra Israel.

O exército israelita confirmou que o barco foi “intercetado” durante a noite, sem especificar o local exato da operação.

“Se estão a ver este vídeo, fomos intercetados e raptados em águas internacionais”, afirmou Greta Thunberg numa mensagem vídeo pré-gravada, divulgada pela FFC.

Imagens partilhadas pela organização mostram os ativistas com coletes salva-vidas de cor laranja, de mãos no ar no momento da interceção, alguns a entregar os telemóveis, conforme instruções recebidas. Pouco antes, alguns lançaram os aparelhos ao mar.

A FFC, criada em 2010, é um movimento internacional não violento de apoio aos palestinianos, combinando ações de ajuda humanitária com protesto político contra o bloqueio imposto à Faixa de Gaza.