“No Montijo, enquanto aeroporto complementar [de Lisboa], haverá companhias aéreas a operar. Temos conversas e manifestações de interesse para serem os primeiros”, informou Thierry Ligonnière, na Assembleia da República.
Em audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Pública, o presidente executivo respondia assim às posições, como a da TAP, em recusar usar a futura infraestrutura.
“A vocação de Lisboa é de ‘hub’ [ligações de voos]”, resumiu o responsável, referindo que a “opinião de hoje [das companhias] não tomam em conta potenciais incentivos” como a disponibilidade de ‘slots’ (períodos para movimentos de aviões) e as taxas cobradas.
O dirigente informou ainda que a avaliação ambiental e estratégica sobre o aeroporto do Montijo “está pronta” e se houver necessidade legal de a apresentar, a “ANA está em condições de o fazer”.
O responsável acrescentou ainda haver a “possibilidade de desenvolver um bocadinho mais” o tráfego no Montijo, já que “24 movimentos é uma coisa modesta à luz da capacidade do que pode ser acolhido”.
Já acerca do aeroporto de Beja, Thierry Ligonnière notou que esta estrutura “é muito longe”.
“O Montijo é frente a Lisboa e tem uma vantagem de acessibilidade muito curta e rápida, o que não é o caso de Beja”, precisou.
Porém, Beja assume importância para a estrutura de Lisboa, num “papel de estacionamento de aeronaves a longo prazo”, acrescentou o responsável, notando que a estratégia para o aeroporto de Lisboa é a “máxima rotatividade de aviões para criar mais tráfego”.
Os aviões que ficam mais tempo na placa, como os ‘charters’, têm tido, assim, condições para ficar em Beja, através nomeadamente da equiparação do preço de combustíveis com Lisboa, acrescentou.
Sobre os limites de vento que condicionam as aterragens no aeroporto da Madeira, o presidente executivo sublinhou que a segurança é prioritária e que está se está a “tentar apurar se as regras aplicáveis na Madeira ainda fazem sentido”.
“Porque os limites de vento foram definidos há muito tempo, antes da pista ser melhorada e quando há evoluções tecnológicas, que devem ajudar na resolução do problema”, justificou o responsável, indicando que a análise decorre com várias entidades.
Quanto a incentivos a companhias de aviação para usarem as infraestruturas da ANA, o responsável escusou-se a precisar montantes individuais, mais referiu tratar-se de um total de 22 milhões de euros para uma lista que enumerou aos deputados.
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