A Fundação de Serralves, num comunicado hoje divulgado, refere que o conselho de administração, hoje reunido, procedeu “à reeleição de Ana Pinho para Presidente do Conselho de Administração”.

“A composição do Conselho de Administração da Fundação de Serralves para o próximo triénio fica completa com a cooptação de Fernando Cunha Guedes e de Rosa Cullell, depois de ter procedido, anteriormente, à cooptação de Manuel Sobrinho Simões”, lê-se no comunicado.

Ana Pinho é a presidente do conselho de administração da Fundação de Serralves desde 2016, órgão que integra desde 2010, tendo substituído Luís Braga da Cruz no cargo, que transitou na altura para o Conselho de Fundadores.

Fernando Cunha Guedes e Rosa Cullel substituem no conselho de administração Manuel Cavaleiro Brandão e Vera Pires Coelho.

No comunicado hoje divulgado, o conselho de administração da Fundação de Serralves manifesta a ambosgora cessaram funções por terem atingido o limite de mandatos previsto pelos Estatutos, o seu profundo reconhecimento pela dedicação empenhada que, desde a primeira hora e durante nove anos, devotaram a Serralves.”

Além de Ana Pinho, mantêm-se no conselho de administração, para o triénio 2019-2021, Manuel Ferreira da Silva, Isabel Pires de Lima, Carlos Moreira da Silva, António Pires de Lima e José Pacheco Pereira.

Em 05 de dezembro, o médico patologista e investigador Sobrinho Simões foi também indicado como membro do conselho de administração, ao substituir o gestor Pedro Pina.

Na mesma data foi anunciada a eleição do ex-presidente da Fundação Calouste Gulbenkian Emílio Rui Vilar, presidente do Conselho de Fundadores de Serralves, para o triénio 2019-2021, "com voto unânime", substituindo no cargo Luís Braga da Cruz.

Na mesma reunião foi ainda apresentando o plano de atividades para o próximo ano de 2019 e foi feito o balanço de 2018.

Na altura, soube-se igualmente estar em curso o processo de escolha do novo diretor para o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, através de um recrutamento internacional, que, dias mais tarde, na apresentação da exposição “Joan Miró e a Morte da Pintura”, Ana Pinho disse estar a decorrer “normalmente”.

A nova composição do conselho de administração da Fundação de Serralves encerra um ano iniciado com a nomeação do diretor do Museu de Arte Contemporânea João Ribas, que viria a demitir-se em 20 de setembro, após a inauguração da mostra “Robert Mapplethorpe: Pictures”, que comissariou.

Num comunicado divulgado seis dias mais tarde, 26 de setembro, Ribas afirmou que se demitira por entender que o cargo “é incompatível com ingerências, pressões ou imposições que limitem a sua autonomia técnica e artística”, e que, ao programar “Pictures”, de Mapplethorpe, teve de lidar com “restrições e intervenções", por parte da administração da fundação, que levaram a "um ponto de rotura".

O conselho de administração, por seu lado, contrariou a versão de Ribas, garantindo que, "em Serralves, não há, nem nunca houve censura, nem nunca", sob a responsabilidade da administração, "haverá censura". "Mas também não haverá complacência com a falta de verdade, nem fuga às responsabilidades”, acrescentou então Ana Pinho.

Na altura, várias fontes ligadas à instituição admitiram à Lusa a existência de "um clima de medo e mal-estar", desde que Ana Pinho assumira a presidência da administração, em 2016, com a diminuição do número de funcionários, que os relatórios e contas de 2016 e 2017 indicavam ser de 89 para 77, num total de 18 saídas contra seis contratações.


Notícia atualizada às 19:41