"O município tem vindo a travar uma autêntica guerra contra a vespa velutina, nomeadamente no que se refere ao extermínio dos respetivos ninhos. Esta ‘praga' tem registado um aumento significativo, nos últimos dois anos, um pouco por todo o concelho, surgindo nos mais diversos locais, desde árvores a edificações", informou hoje esta autarquia do distrito de Aveiro.
No ano passado, Anadia eliminou 587 ninhos e este ano já foram destruídos 264. A freguesia de Sangalhos tem sido a mais afetada, seguindo-se as Uniões de Freguesias de Arcos e Mogofores; Amoreira da Gândara, Paredes do Bairro e Ancas; e Avelãs de Cima.
Neste contexto, Anadia anunciou recentemente que conseguiu fazer aprovar uma candidatura apresentada ao eixo de intervenção "Funções ecológicas, sociais e culturais da floresta" para apoiar a destruição dos ninhos de vespa velutina, no valor máximo de 10 mil euros.
"Este financiamento visa apoiar os municípios na tarefa de deteção e destruição dos ninhos e colónias de vespa velutina, grande predador de abelhas e de outros insetos que, ao colocar em risco os recursos apícolas, surge como uma ameaça ao cumprimento, pelos espaços florestais, ‘sensu lato’, da imprescindível função ecológica e, por consequência, agrícola e económica, que é a polinização das plantas", refere a autarquia presidida pela independente Teresa Cardoso.
A autarquia pede aos munícipes "que estejam atentos a esta situação e quando detetarem ou suspeitarem da existência deste tipo de ninhos devem imediatamente comunicar aos serviços camarários os locais onde os mesmos se encontram, através da Linha Verde 800 207 081 ou do ‘email’: geral@cm-anadia.pt".
Uma das precauções a ter em conta é não mexer nos ninhos, devido a eventuais ataques por parte das vespas, advertem os serviços do município.
A vespa velutina é uma espécie asiática característica de regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia ao leste da China, Indochina e ao arquipélago da Indonésia, sendo a sua existência reportada desde 2011 na região norte de Portugal.
A velutina distingue-se da espécie europeia Vespa pela coloração do abdómen, que é predominantemente de cor preta, ao contrário da europeia, onde prevalece a cor amarela.
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas tem alertado para os efeitos da presença desta espécie não indígena, sobretudo na apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas.
A vespa asiática constitui também uma ameaça para a saúde pública, reagindo de modo bastante agressivo quando tem os ninhos ameaçados, "incluindo perseguições até algumas centenas de metros".
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