Questionado sobre o processo de Tancos, em que o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes foi acusado de três crimes, André Silva preferiu falar da sua visão para o país, defendendo que uma das linhas vermelhas do PAN para aprovar uma solução governativa após as eleições será o combate à corrupção e a criação de mecanismos de transparência.
“Quando me falam muitas vezes em linhas vermelhas para a aprovação ou acompanhamento de uma solução governativa, a visão para o país sobre os mecanismos de transparência, de representação e conflito de interesses e de combate à corrupção tem de ser alterada”, vincou o cabeça de lista do PAN por Lisboa, que falava após a participação no Fórum TSF, no centro de Faro.
Para André Silva, “tem que haver uma capacidade de convergência dos outros partidos relativamente a esta matéria de uma vez por todas, porque isto é só proclamatório e nada tem mudado no nosso país”.
“Há, de facto, a evidência que, nos sucessivos governos, existem pessoas e governantes a praticar atos ilícitos. Muitas vezes a condução dos processos é morosa, muitas vezes não dão em nada e temos que criar mecanismos de maior transparência para combater a corrupção”, acrescentou.
Segundo o porta-voz do PAN, o combate à corrupção “vai ser uma das prioridades” do partido, defendendo mais dotação de meios para a Polícia Judiciária e Ministério Público e recordou a proposta do partido de criação de tribunais especializados neste tipo de crimes para garantir que os processos não se arrastam no tempo.
Sobre o caso de Tancos, André Silva apenas referiu que caso se comprove que o ex-ministro da Defesa teve responsabilidades dentro do processo deve “ser condenado”.
“O que acho importante é que a justiça desenvolva o seu trabalho”, disse.
Quanto à possibilidade de apoiar um Governo PS, André Silva voltou a dizer que o PAN está “disponível para conversar com todos os partidos”, notando que o programa e projeto do seu partido “são bastante diferentes dos outros partidos e não se assemelham à visão que o PS e o PSD têm para o país em determinadas áreas”, não prevendo “que a convergência possa ser facilitada”.
O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes foi hoje acusado pelo Ministério Público de abuso de poder, denegação de justiça e prevaricação no caso de Tancos e proibido do exercício de funções.
O Ministério Público acusou no total 23 arguidos no caso do furto e da recuperação das armas do paiol da base militar de Tancos.
Os arguidos foram acusados de crimes como terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.
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