Naquela que será a primeira vez em que André Ventura irá ter um concorrente nas eleições para a presidência do Chega, as urnas estarão abertas entre as 10:00 e as 18:00 (entre as 09:00 e as 17:00 nos Açores), podendo os militantes votar nas sedes das distritais ou das regiões autónomas.
André Ventura apresenta-se às eleições com uma moção intitulada “Governar Portugal sem ceder ao sistema”, onde apela a que o partido afaste “de vez apelos de moderação ou de menor intensidade de ação” e considera que o Chega “não deve abdicar da participação ministerial num Governo eventualmente liderado pelo PSD”.
Na conferência de imprensa de apresentação da sua recandidatura à liderança do partido, Ventura apelou também a que não se prejudique a “unidade do partido”, afirmando que “é tempo” de o Chega “se mostrar unido e não de divisões”.
“Não vou permitir que o partido regresse a tempos em que cada um dizia o que queria, em que simplesmente reinava a total bandalheira dentro do partido. Acho que os portugueses não gostam disso, acho que para nós isso também não é bom politicamente”, salientou Ventura aos jornalistas.
O seu adversário, o empresário algarvio Carlos Natal, pretende, através da sua candidatura, criar um “espaço de diálogo” que mostre à direção o “descontentamento no partido” e motive seu realinhamento com os valores fundacionais.
Em declarações à Lusa, o empresário algarvio avançou que, sendo um dos “fundadores do partido”, sente que o Chega se tornou num “partido de um homem único”, onde não “há canais dentro do partido para as pessoas poderem comentar, participar nas decisões”.
“O que eu quero é que os militantes que estão descontentes com o progresso e com a forma como o partido tem vindo a caminhar, que depositem o seu voto, e que esse voto depois seja expressivo no sentido de fazer ver ao líder e à direção que existem uma série de pessoas que não estão contentes com o rumo que o partido está a levar”, apontou Carlos Natal.
As eleições diretas marcadas para hoje decorrem depois de André Ventura se ter demitido, a 01 de outubro, da liderança do partido, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional, que considerou que as alterações estatutárias introduzidas pelo Chega no Congresso de Évora, em setembro de 2020, foram ilegais.
Além das eleições diretas para a presidência do partido, decorrem também hoje as eleições para os delegados ao 4.º Congresso do partido, que irá ter lugar entre 26 e 28 de novembro em Viseu, com as urnas a estarem abertas entre as 10:00 e as 18:00 (entre as 09:00 e as 17:00 nos Açores), na sede de cada distrital ou região autónoma.
Nas últimas eleições diretas para a presidência do Chega, que decorreram em março, André Ventura foi o único concorrente e venceu com 97,3% dos votos, num sufrágio onde 11,5% dos militantes se deslocaram às urnas, num universo total de 27.926 ativos.
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